Polêmica! Veja como ficariam as oitavas sem uso do VAR
Seis dos oito confrontos seriam diferentes se a tecnologia não tivesse sido implementada no Mundial; Argentina escaparia da França
Messi, Cristiano Ronaldo e outros craques têm sido protagonistas em suas equipes na Copa do Mundo. Mas um personagem em especial foi decisivo nesta primeira fase. Em sua estreia em Copas, o VAR - sigla em inglês de Video Assistant Referee (Árbitro Assistente de Vídeo) - mudou o destino de algumas seleções no Mundial da Rússia. Se a tecnologia não tivesse sido implementada em 2018, o Brasil enfrentaria a Suécia, e não o México, nas oitavas de final. Outros cinco confrontos também seriam diferentes.
Os suecos, que ficaram em 1º no Grupo F, com 6 pontos, contaram com a ajuda do vídeo na vitória contra a Coreia do Sul por 1 a 0. O árbitro argentino Joel Aguilar não havia assinalado falta de Kim Min-Woo em Claesson da área, mas reviu o lance e deu o pênalti, convertido por Granqvist já no segundo tempo. Sem o VAR, os nórdicos teriam somado apenas um ponto naquele jogo e terminariam a primeira fase com 4, atrás do México, que chegou a 6. Dessa forma, teríamos Suécia x Brasil (1º do Grupo E) e México x Suíça (2º do E).
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É claro que no futebol um gol marcado ou perdido altera o panorama da partida. No esporte, em que nem sempre o favorito vence, há infinitas possibilidades de resultados, com diversos casos de zebras na história. Por isso, para este levantamento, o Terra calculou os pontos das seleções apenas descontando os gols com interferência do VAR, desconsiderando os possíveis rumos que as partidas tomariam sem a tecnologia.
Com a "anulação" dos gols marcados pelo novo sistema, as oitavas teriam: Uruguai x Espanha; Dinamarca x Argentina; Bégica x Japão (não mudaria); Portugal x Rússia; Croácia x França; e Colômbia x Inglaterra (não mudaria), além de México x Suíça e Brasil x Suécia.
As mudanças ocorreriam devido a inversão dos líderes dos grupos B, C e F, resultando na troca desses seis cruzamentos das oitavas. Relembre abaixo as partidas com participação do VAR:
Espanha e Portugal
Na chave de Espanha e Portugal, os dois jogos emocionantes da última rodada tiveram influência direta do árbitro de vídeo. Quando perdiam por 2 a 1 para o Marrocos, os espanhóis viram o golaço de letra de Iago Aspas (em posição legal) ser anulado pelo bandeira. Com a revisão do lance, o gol foi validado e a Fúria escapou da derrota.
Já a equipe de Cristiano Ronaldo teria vencido o Irã não fosse o VAR. O gol de pênalti de Ansarifard, aos 47 do segundo tempo, só foi marcado pelo juiz após a análise no vídeo. Portugal também teve um pênalti com a ajuda da tecnologia, mas CR7, que já tem 4 gols na Copa, acabou desperdiçando.
O jogo da segunda rodada entre Espanha e Irã, vencido pelos europeus por 1 a 0, também teve pausa para o vídeo entrar em ação. Porém, nesse caso, o bandeirinha já havia anulado corretamente o que seria o gol de empate do iraniano Ezatolahi. A tecnologia ajudou a confirmar a irregularidade e minimizar a polêmica e as reclamações em campo.
França e Dinamarca
No Grupo C, as intervenções do vídeo com consequências para o resultado ocorreram nos jogos da Austrália, que terminou eliminada. Porém, como a equipe da Oceania foi "prejudicada" em uma rodada e "beneficiada" em outra, seu destino na Copa não foi alterado. Ficariam com um ponto de qualquer forma.
A mudança de posição foi entre França e Dinamarca. Com um pênalti marcado pelo VAR a seu favor, os campeões mundiais de 1998 venceram a Austrália por 2 a 1. Com a Dinamarca, foi o contrário: os australianos é que tiveram um gol marcado pelo vídeo e empataram com os dinamarqueses em 1 a 1.
A outra seleção do grupo era o Peru, que não soube aproveitar quando o vídeo ajudou em seu jogo. Meia-atacante do São Paulo, Cueva isolou um pênalti contra a Dinamarca na primeira rodada, quando o jogo ainda estava 0 a 0 - a partida terminou 1 a 0 para os europeus.
VAR nem sempre altera resultado final
O jogo da eliminação da Alemanha na Copa também teve análise de lance de gol no vídeo. No primeiro gol da Coreia do Sul, o bandeira marcou impedimento de Kim Young-Gwonde de forma equivocada. O VAR corrigiu o erro, e a Coreia ainda fez mais um com Son Heung-Min minutos depois.
O egípcio Mohamed Salah, que quase ficou fora do Mundial por uma lesão no ombro, marcou dois gols na Copa, um deles de pênalti, indicado pelo VAR, contra a Rússia. O juiz havia dado falta fora da área, mas foi alertado pelo árbitro de vídeo e apontou para a marca da cal. Como o jogo já estava 3 a 0 para os anfitriões, o gol de Salah não teve efeitos na tabela.
Já no jogo da suada classificação da Argentina contra a Nigéria, os africanos empataram em pênalti após análise do vídeo. Porém, além de os hermanos terem feito o segundo depois com Marco Rojo, a marcação da penalidade já havia sido apontada pelo juiz, sendo apenas confirmada pelo VAR.
Em outro jogo dos nigerianos, a Islândia desperdiçou a chance de diminuir o placar de 2 a 0 quando Sigurdsson perdeu pênalti marcado pelo VAR.
Senegal nas oitavas sem VAR?
Na última rodada do Grupo H, Senegal teve um pênalti contra a Colômbia cancelado pela tecnologia. O juiz havia marcado falta de Davinson Sanchez em Mané na área, mas mudou de ideia após ver o vídeo. O jogo, vencido pela Colômbia por 1 a 0, ainda estava 0 a 0 naquele momento. Um empate bastava para os africanos avançarem para as oitavas de final.
Brasil x VAR
Até o momento, o Brasil não tem muito a comemorar com a implementação da tecnologia. No jogo de estreia, a Seleção reclamou que o suíço Zuber empurrou o zagueiro Miranda antes de cabecear para empatar o jogo, que terminou em 1 a 1. O árbitro mexicano Cesar Ramos confirmou o gol sem reavaliar o lance pelo vídeo.
No jogo seguinte, contra a Costa Rica, Neymar foi tocado por González e caiu na área aos 32 minutos do segundo tempo. O juiz holandês Bjorn Kuipers marcou, mas voltou atrás depois de observar a jogada pelo vídeo. Os gols da vitória brasileira por 2 a 0 só saíram nos acréscimos, aos 45 e aos 51.