Brasileiros envolvidos em assédio prestam 'imenso desserviço' ao País, diz ministro
Leandro Cruz, ministro do Esporte, critica comportamento de grupo de homens que assediou mulher russa
Leandro Cruz, ministro do Esporte, critica abertamente o comportamento de alguns homens brasileiros que promoveram situações constrangedoras para mulheres russas durante a Copa do Mundo. Segundo ele, o grupo que assediou mulheres presta um "imenso desserviço" ao Brasil. Mas ele admite que tal caso "não tinha como ser previsto" na cartilha que o governo criou e distribuiu aos torcedores sobre como se comportar na Rússia.
Pelo menos três casos de assédios ou constrangimentos foram registrados desde o começo da Copa do Mundo, envolvendo torcedores brasileiros e mulheres russas. Pelas ruas de Moscou, porém, casos com outras torcidas também tem sido identificadas, em especial de países latino-americanos.
O Estado presenciou como brasileiros num metrô de Moscou formaram uma espécie de corredor, aplaudindo, assobiando ou vaiando as mulheres que eram obrigadas a passar pelo meio.
Cruz admite que a cartilha preparada pelo governo "não previa o que está ocorrendo e não tinha como prever". "Não são homens despeitosos com russas. São homens desrespeitosos", disse. "Isso presta um imenso desserviço ao Brasil", insistiu.
Para o ministro, que está na Rússia desde a abertura da Copa para reuniões e encontros bilaterais, o caso se refere a poucos homens brasileiros. Classificando o ato como "covardia", ele ainda apontou para "o carinho do povo russo.
?"Isso envergonha nosso país e merece toda a repreensão que possamos fazer", disse. "Trata-se de algo de gravidade imensa e não pode ser tolerada", afirmou. "Eles não nos representam", disse.
A embaixada do Brasil em Moscou indicou que tem recebido emails de brasileiros protestando contra a atitude dos torcedores brasileiros. Mas considera que o caso é "isolado" e que a maioria tem tido uma postura exemplar.
Na cartilha distribuída ao torcedor, recomenda-se observar leis e costumes locais, inclusive para a questão de "decoro". O caso levou a embaixada a enviar um telegrama para Brasília para solicitar orientação.
Uma das dificuldades, porém, é que o governo brasileiro não tem qualquer possibilidade de agir em território russo e os responsáveis por assédios apenas poderiam ser repreendidos se houvesse uma queixa local na polícia por uma das vítimas.