Palestinos protestam contra amistoso da Argentina com Israel
Ministra do esporte de Israel diz que amistoso ocorrerá e que "Messi beijará o Muro das Lamentações"
A seleção argentina está reunida em Barcelona e iniciou a preparação para a Copa do Mundo no centro de treinamento do clube catalão. Nesta terça-feira (5), enquanto os jogadores treinavam no gramado, alguns palestinos apareceram para protestar.
Com camisas da Argentina manchadas de vermelho para simbolizar sangue, cerca de 15 palestinos se mostravam contrários ao amistoso que a seleção de Messi fará com Israel no próximo sábado, em Jerusalém.
O duelo tem causado comoção na comunidade árabe. Na segunda-feira, um grupo formado por 70 crianças escreveu uma carta ao Messi pedindo para que não dispute o amistoso. A Liga Árabe também divulgou um comunicado na última semana que diz que Israel utiliza o futebol como fim político.
Por conta desse amistoso, a Associação de Futebol Palestina informou que fará campanha para impedir que a Argentina receba a Copa do Mundo de 2030. "Se acontecer o jogo iniciaremos de imediato uma campanha sobre tudo entre países árabes e asiáticos contra a Argentina", afirmou o comunicado.
A Argentina, em parceria com o Uruguai e Paraguai, tem interesse em receber o Mundial de 2030. A principal revolta dos palestinos envolve especialmente a maneira como os Estados Unidos estão lidando com a eterna disputa por território entre árabes e judeus.
No ano passado, o presidente Donald Trump reconheceu Jerusalém como capital de Israel. Há alguns meses, o mandatário norte-americano também informou que transferirá a embaixada dos Estados Unidos de Telaviv para Jerusalém.
Desde 1947, a parte leste de Jerusalém é reconhecida pela ONU como território árabe. Apenas Israel e os Estados Unidos divergem dessa demarcação. Além disso, os palestinos reclamam que o estádio onde será disputado o amistoso é de um dos clubes mais racistas do país. O Beitar Jerusalém não aceita jogadores árabes.
Do outro lado, a ministra do Esporte e da Cultura de Israel, Miri Reguev, minimizou os protestos e assegurou que a seleção argentina ainda fará uma visita à Cidade Velha em Jerusalém e que "Messi beijará o Muro das Lamentações", mais importante local de reza dos judeus.