Inglaterra dá cores ao Mundial em show de jogadores negros
Goleada foi construída com muita técnica e simbolismos
Racistas não passarão. Eis a melhor mensagem deixada pela Inglaterra em sua estreia no Mundial do Catar. Na goleada por 6 a 2 sobre o Irã, cinco gols da equipe foram marcados por jogadores negros – e eles são minoria no time. Esse simbolismo é mais forte ainda quando se constata que novembro celebra o mês da consciência negra também no Reino Unido.
Na partida disputada em Doha, a primeira desta segunda-feira pela Copa, a Fifa esteve em evidência por ter proibido o capitão inglês Harry Kane de entrar em campo com uma braçadeira com as cores do arco-íris, no que seria uma mensagem clara contra a homofobia - a homossexualidade no Catar é punida até mesmo com apedrejamento.
Mas se engana quem acha que isso tirou o colorido do jogo. A vitória da Inglaterra foi vistosa, consistente e pode indicar que a seleção não está no Mundial a passeio.
A goleada começou a ser desenhada na etapa inicial. O primeiro gol surgiu numa finalização de cabeça com estilo do jovem Jude Bellingham. Na comemoração, a torcida inglesa entoou “Hey Jude”, sucesso dos Beatles.
Depois, Saka e Sterling ampliaram o placar. No terceiro gol, Harry Kane, que usava a braçadeira com a expressão “No discrimination”, fez assistência perfeita.
Bellingham, Saka, que marcaria também o quarto gol, e Sterling eram os únicos negros titulares da Inglaterra. Na metade do segundo tempo, Saka foi substituído por outro atleta negro, Rashford. Adivinhem quem fez o quinto gol inglês? Exatamente ele, Rashford.
Antes, Taremi havia feito o primeiro gol do Irâ. E já pertinho dos acréscimos veio o sexto gol da Inglaterra. Desta vez, quem finalizou foi um atleta branco, Grealish. Mas o passe que lhe presenteou, num contra-ataque veloz, partiu de Callum Wilson, jogador negro que entrara na vaga de Harry Kane.
Ainda havia tempo para Taremi, de pênalti, diminuir o vexame iraniano. Final: 6 a 2.