Para viver a noite do tri, argentinos fizeram de tudo para chegar ao Catar
De dar "perdido" no trabalho a viajar com o joelho operado, muitos torcedores não pouparam esforços para acompanhar de perto a consagração
Entre as 88.966 pessoas que acompanharam a noite de consagração de Lionel Messi direto do Estádio Lusail, palco do tricampeonato mundial da seleção argentina, havia de tudo um pouco: de brasileiros frustrados (mas que não tiveram coragem de revender seus ingressos) a "portenhos" de todas as nacionalidades: indianos, chineses, ingleses e alguns, imagine só, naturais de Buenos Aires.
Neste domingo, 18, de final de Copa do Mundo, pude testemunhar homens criados chorando como crianças. Um deles foi Emanuel, de 28 anos, de Córdoba. "Para estar aqui fiz todo o tipo de sacrifício: viajar milhares de quilômetros, trabalhar o ano inteiro para poder pagar a viagem." A Copa do Catar foi sua primeira vista de perto, e agora ele só imagina como será a festa. "Tanto aqui quanto em Buenos Aires não se dorme hoje à noite."
E teve gente que superou vários tipos de adversidades para estar no país da Copa. "Fui roubado em Istambul, me levaram todo o dinheiro e tive que contar com a ajuda dos amigos para poder me manter aqui", revelou Gonzalo, de 34 anos, que veio de Villa Mitre, na região sul de Buenos Aires. Para piorar a situação, pagou 4.000 dólares no ingresso para assistir à final no estádio.
Não basta viajar ao Catar e viver essa experiência, é preciso compartilhar com os mais queridos. Logo após o apito final, o também "estreante" em Mundiais Pablo, de 35 anos, da província de San Juan, fez ligações de vídeo uma atrás da outra para seus amigos e familiares.
"A ideia era virmos eu, meu pai e meu irmão, mas era muito dinheiro então acabei vindo sozinho", revelou. "Estavam tão emocionados como eu, somos todos apaixonados pelo futebol." Pablo também disse que teve que dar um "perdido" no trabalho, pedindo para os colegas cobrí-lo em sua ausência. "Para nós, ver Leo (Messi) levantar a taça é algo impagável."