Sem álcool e sem confusão: turistas deixam o Catar com boa impressão
Embora ressaltem as questões culturais e de direitos humanos, espectadores da Copa dizem que o país organizou um evento impecável
Passados quase 30 dias desde o início da Copa do Mundo do Catar, é possível fazer um balanço do que funcionou e o que ficou a desejar na organização do Mundial de 2022, o primeiro em um país do Oriente Médio e de maioria muçulmana. Pedimos aos visitantes que ainda estão aqui em Doha para que avaliassem a experiência até agora.
Veja a agenda dos jogos da Copa do Mundo 2022 e acompanhe os resultados e a classificação dos times.
E o saldo é positivo. “A mídia do muito inteiro insistia em nos dizer que seria uma experiência muito ruim e, até agora, tem sido o oposto disso”, diz o croata Tomasliv Thomas, de 32 anos, que esta no Catar desde a fase de grupos. “É praticamente impossível se perder aqui, existem muitas pessoas trabalhando. Pra mim, é a melhor Copa até hoje.”
A facilidade de ir de um estádio a outro usando apenas o metrô (ou ônibus), sem a necessidade de viajar de avião ou pular de cidade em cidade, é algo bastante ressaltado. “Estive nas Copas do Brasil e da Rússia, que foram ok, mas aqui a parte logística é de outro nível. Poder assistir a mais de um jogo por dia foi algo inacreditável”, ressaltou o marroquino Adid Bazid, de 47 anos.
Há quem discorde dessa visão. “Essa Copa teve muitos jogos no mesmo dia. Pra quem gosta de acompanhar as partidas, apesar da proximidade dos estádios, ficou muito apertado, reclamou o brasileiro Guilherme Augusto. Apesar dessa crítica, o paulista de 44 anos disse que pretende, sim, voltar ao Catar.
"Nessa viagem o meu foco é o futebol, mas eu pretendo voltar com a minha família, trazer minha esposa e as minhas filhas. O destaque dessa experiência pra mim tem sido a integração cultural, compreender um pouco mais a religião deles, trabalhar o respeito e a tolerância.
"E a falta de cerveja nos estádios? Para muitos, isso não foi um problema. "Não existe dificuldade (para consumir álcool), nos hotéis tem", diz o hispano-brasileiro Rafael Menino, de 61 anos, que está com a sua família para ver a fase final da Copa. "É uma forma de controlar os brigões. Tem gente que toma uma cerveja e já perde a cabeça", afirma o argentino Hernán Brazos, que vive em Miami.
O marroquino Adid concorda. "Pra mim ficou provado o ponto de que a bebida deve ficar longe dos estádios. Não ouvimos relatos de nenhum incidente grave, ao contrário de mundiais passados. Olhem só os torcedores ingleses, nunca se comportaram tão bem."