Chile chega à semi com Valdívia e toma o lugar do Uruguai
Eram 16 anos sem estar entre os quatro melhores da Copa América. O Chile despachou o Uruguai da competição e pode ter tomado o lugar do adversário na vitrine do futebol mundial. Enquanto os chilenos alcançam a maturidade da que é considerada sua melhor geração, os uruguaios veem esgotar um modelo que conquistou a Copa América de 2011, o quarto lugar na Copa da África do Sul e ficou devendo no Brasil. Perdendo a seu principal jogador (Suárez), mas sem desculpas para a falta de renovação.
Este Chile da Copa América tem uma aura diferente. Foi a melhor equipe da primeira fase. Fez dez gols e jogou quase que por música. Sampaoli sente o time, joga junto o tempo todo, vibra, salta, se irrita, comemora. Parece um 12º jogador. Além do mais tem Valdívia, autor do passe para o gol de Isla, em grande momento. Mas isso foi apenas a conclusão de uma jogada. Praticamente todas as investidas do ataque do Chile passaram por seus pés. "Estamos muito contentes de poder dar de presente ao público essa vitória e de estar outra vez entre os quatro melhores da competição", disse Valdívia. "São pessoas muito sofridas, que tiveram uma vida muito dura e que merecem essa vitória".
O Uruguai sofreu na primeira fase. E só passou como terceiro em seu grupo porque era praticamente impossível ser eliminado na primeira fase desta competição. Perdeu para a Argentina, ganhou justo da Jamaica e empatou com o Paraguai em um jogo feio. Voltou a ser o time burocrático e duro de outros tempos. Sem talento, sem mobilidade. Previsível. "Mas demos mostras que estamos nos reconstruindo. Fizemos jogos iguais contra Argentina e contra Chile", contestou o técnico Óscar Tabárez, do Uruguai.
Já o Chile das quartas-de-final foi um time muito mais tenso que na primeira fase. Mas era preciso superar essa fase e, certamente contra Bolívia ou Peru, vai se soltar mais para garantir seu lugar na final. Certamente com tempo para descansar, vai voltar a ser o Chile insinuante do início da competição. Ainda mais com uma tabela feita sob medida para os donos da casa. "Era um rival muito difícil, que se defendeu o tempo todo. Típico de um time uruguaio, mas nos faltou ter mais oportunidades na parte final do jogo", disse.
O jogo foi uma verdadeira batalha de Libertadores. Provocações, pontapés, arbitragem fraca. Cavani revidou e foi expulso. Mas a mão de Jara, momentos antes, foi covarde, do time sem argumentos. O que definitivamente o Chile não é. E de uma arbitragem sofrível do brasileiro Sandro Meira Ricci. "Talvez o ambiente tenha influenciado o árbitro", ironizou Tabárez após o jogo. Infelizmente na América do Sul ainda acham que isso faz parte do do futebol.