Analista, Zabaleta só não espera retranca de Brasil e mais 2
Nas duas partidas da Argentina até aqui na Copa América, a história foi a mesma: enquanto a seleção de Tata Martino jogou com posse de bola, instalada no campo do adversário e com a defesa adiantada, os rivais Paraguai e Uruguai se fecharam atrás, marcaram duro e apostaram em lances de contra-ataque ou bola parada para incomodar. Mas isso não incomoda o lateral Pablo Zabaleta. Consciente, o jogador do Manchester City disse que só não espera enfrentar retranca contra três rivais: Chile, Brasil e México.
"Pelo pouco que pudemos ver nessa Copa América, um dos rivais que não se importa contra quem joga, que sempre mantém sua convicção, é o Chile. Sampaoli (técnico) trabalha muito bem o aspecto ofensivo, eles vão ao ataque com muita gente. É verdade que podem chegar a dar espaços atrás, mas eles, ganhando ou perdendo, não mudam. Eles se impõem com a mesma dinâmica e intensidade, jogando contra quem for", analisou, citando em seguida a Seleção Brasileira, que na última quarta-feira perdeu da Colômbia por 1 a 0.
"Depois, obviamente, o Brasil, pela qualidade dos jogadores. É uma seleção que talvez com o novo treinador tente trabalhar mais em bloco, um time de mais desenvolvimento, e que sai com jogadores rápidos no contra-ataque, aproveitando a qualidade de Neymar. E o México é um time valente também, gosta de atacar, propor o jogo... São times que, se enfrentarmos, estaremos preparados para isso".
A profundidade na análise tática e técnica mostrada por Zabaleta é algo raro de se ver normalmente em jogadores do futebol brasileiro, mas tem se tornado comum nas entrevistas da Argentina. Um dia após a estreia decepcionante diante do Paraguai, que acabou com empate por 2 a 2 no último minuto, o lateral Roncaglia e o goleiro Romero também falaram com habilidade sobre propostas de jogo, linhas adiantadas, compactação do time e outros temas que costumam passar longe da boca dos nossos atletas - "isso é o professor quem tem que falar".
Por enquanto, porém, a Argentina provavelmente não terá que pensar em um estilo diferente de adversário. O próximo jogo, que fecha a participação da equipe no Grupo B, é contra a já eliminada Jamaica, que certamente jogará fechada e buscando contragolpes. E Zabaleta quer repetir a receita das duas primeiras partidas para vencer o duelo deste sábado, a partir das 18h30 (de Brasília), no Estádio Sausalito, em Viña del Mar.
"A paciência é algo importante, sabíamos que o Uruguai ia jogar assim. É um time que normalmente se aplica muito bem, sobretudo contra equipes como a Argentina, que tem muito potencial ofensivo. Controlamos bem o jogo, tentamos quebrar linhas com passes verticais, os atacantes se aproximaram com tabelas, e aproveitamos os espaços pelos lados. Temos sempre que estar preparados para esse tipo de jogo", finalizou o lateral.