Argentina volta a sofrer no fim, e fôlego preocupa Martino
Foi melhor que na estreia contra o Paraguai: se naquele empate por 2 a 2 a Argentina só jogou o futebol que pode jogar nos primeiros 45 minutos, desta vez o alto nível se manteve por bem mais tempo. Mas a vitória por 1 a 0 sobre o Uruguai não escondeu algo que se repetiu nas duas partidas até aqui na Copa América: nos minutos finais, a equipe favorita sofreu uma forte pressão, e o adversário teve boas chances de gol. Para o técnico Tata Martino, a questão é física.
"O que mais me preocupa é que não podemos sustentar o ritmo nos 90 minutos nas duas partidas. Contra rivais de hierarquia (como o Uruguai), temos que matar o jogo. Temos que manter a mobilidade, e isso nos faltou. Para mim, foi muito chamativo que isso tenha acontecido nos dois jogos", avaliou o treinador.
É fato que o tipo de jogo que Martino quer que a Argentina jogue exige muito fisicamente: com a bola, movimentação constante para abrir espaços, e sem ela, pressão na frente para recuperá-la o mais rápido possível. A defesa também precisa jogar adiantada, para não deixar espaços no meio-campo e manter os atacantes lá na frente, sempre prontos para uma nova ofensiva.
Diante dos paraguaios, foi assim que a equipe jogou no primeiro tempo, quando abriu 2 a 0 e poderia ter feito mais; depois do intervalo, porém, o time relaxou em campo e permitiu o empate. Na visão de Martino, o padrão se repetiu contra o Uruguai, mas com um período maior de domínio argentino.
"Eu vi basicamente 70 minutos parecidos com o jogo contra o Paraguai", disse ele. "A bola era nossa, e tentamos elaborar e romper o sistema do Uruguai. Nos últimos 20 minutos, não é que quisemos deixar de jogar, mas perdemos mobilidade para o passe, dividimos a bola. Para nós, é ruim não ter o controle do jogo".
Foram três as alterações de Martino no jogo, todas nos dez minutos finais: Pastore, Agüero e Di María, todos parecendo bem cansados, deram lugar a Banega, Tevez e Pereyra, respectivamente. Para o treinador, será complicado driblar o problema do fôlego, mas ele novamente descartou mudar o estilo da seleção, dizendo que quer "seguir uma linha de trabalho" antes de pensar em resultados.
"Não sei se é algo que podemos solucionar. Tem a ver com a temporada, que um jogou final da Copa do Rei, outro de Champions, outro da Copa da França... são muitos jogos. E com a intenção de jogo que temos, talvez a questão física os afete quando não podemos resolver a partida", declarou.
A Argentina terá agora três dias para descansar em La Serena antes de seguir viagem para Viña del Mar, onde fecha sua participação no Grupo B diante da Jamaica, no próximo sábado. Será um dia a mais de recuperação em relação às duas primeiras partidas, já que a equipe estreou no sábado passado contra o Paraguai e pegou o Uruguai três dias depois, na terça.