Chefe de delegação do Brasil disse que Copa seria "desastre"
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) surpreendeu na última segunda-feira ao anunciar que o empresário João Dória Jr. seria o chefe de delegação do Brasil na Copa América. O cargo, normalmente dado a algum dirigente de clube ou de federação, coube a uma pessoa fora do ramo do esporte. O curioso é que Dória já foi crítico da entidade nacional e disse que a Copa de 2014 seria um "desastre", em entrevista pouco antes do torneio.
"O legado é uma tristeza. Este é o legado. Uma grande tristeza para os brasileiros que poderiam fazer uma grande festa brasileira e internacional. Uma demonstração de que os brasileiros sabem e podem fazer, uma Copa do mundo com planejamento, investimentos corretos, com estruturas adequadas e investimentos que tiveram razão de ser principalmente com capital privado e não é isso que vai acontecer. Sou otimista, quero o bem do meu País, mas temos que reconhecer que vamos ter uma situação flagrantemente negativa. Já estamos tendo, imagina daqui a pouco, a partir do dia 12, vamos dizer à beira do desastre que vamos ter com aeroportos inacabados, infraestrutura incompleta, nem sinalização de ruas em inglês nós temos", afirmou, em entrevista à Rádio Jovem Pan no mês de junho de 2014, a poucos dias da abertura em São Paulo.
O empresário foi além e chegou a falar que seria "a pior Copa do Mundo de todos os tempos". A expectativa ruim de João Dória Jr. mostrou-se errada: o torneio, apesar de defeitos diagnosticados ao longo dos 30 dias, terminou como um sucesso absoluto tanto para a Fifa quanto para os estrangeiros - alguns até colocaram como a "melhor Copa" pela atmosfera do País e a ausência de problemas graves.