Indireta? Martino defende Neymar, mas critica "cai-cai"
O técnico argentino Tata Martino deu uma resposta curiosa quando indagado sobre a suspensão de Neymar, que tomou quatro jogos de gancho da Conmebol pela expulsão na derrota contra a Colômbia e, a princípio, está fora da Copa América. O treinador, que comandou o brasileiro no Barcelona na temporada 2013/14, afirmou que atletas como ele são perseguidos pelos árbitros de forma injusta - logo em seguida, porém, declarou que o "cai-cai" deveria ser mais castigado no futebol, em frase que soou como uma indireta.
"Não digo que haja um exagero, mas acredito que há tipos que são tratados de forma diferente. O coro contra alguns é maior do que contra outros. Mas, ao mesmo tempo, também há muito espaço para simulação, muitos jogadores propensos a cair. Isso deveria ser revisto, porque causa erros do juiz. Essas duas coisas deveriam ser revistas", disse o argentino.
Martino disse concordar com o que disse Javier Mascherano, companheiro de Neymar no Barça. O volante argentino reclamou da rigidez dos árbitros em punir o atacante brasileiro, dizendo que ele "é bom para o espetáculo" e "toma 20 pancadas por jogo e não acontece nada".
No jogo contra a Colômbia, Neymar recebeu um cartão amarelo por desviar uma bola com a mão - aparentemente, sem intenção - após um rebote do goleiro Ospina. Já depois do apito final, o brasileiro se envolveu em confusão com os colombianos, fez um movimento de cabeçada contra o zagueiro Murillo e ainda insultou o árbitro chileno Enrique Osses. Acabou expulso.
"A respeito do caso de Neymar, especificamente, é difícil dar opinião, porque sabemos apenas o que aconteceu no campo, não nos vestiários. Mas, para mim, a advertência que tomou pelo toque de mão foi equivocada. Foi um toque casual", disse Martino, sem entrar em detalhes sobre as polêmicas que aconteceram no final da partida.
Martino também alfineta organização
As críticas do treinador da Argentina não atingiram apenas a arbitragem da Copa América, mas também a organização. Na visão de Martino, é errado que a última rodada da primeira fase não tenha jogos ao mesmo tempo, já que o resultado de uma partida influi diretamente nas outras - e até em jogos de outro grupo, já que os dois melhores terceiros colocados se classificam.
"Para se resolver isso, o melhor seria jogar na última rodada todos juntos, os seis jogos (de todos os grupos). Ou pelo menos os rivais da mesma zona deviam ser assim", concluiu. A Argentina enfrenta a Jamaica às 18h30 (de Brasília) deste sábado, enquanto os rivais no Grupo B, Paraguai e Uruguai, jogam mais cedo, às 16h.