Após estreia desastrosa, Matthaus ergueu taça do tri alemão
Ele estreou com o pé esquerdo pela seleção do país em plena Eurocopa de 1980. Cometeu um pênalti logo no primeiro lance e assistiu o restante da trajetória da equipe do banco de reservas. Mas quem pensa que o jogador ficou acabado para o futebol depois do episódio está enganado. Uma década depois, ele ergueu a taça da Copa do Mundo como capitão da Alemanha, foi eleito o melhor jogador do mundo pela Fifa e é até hoje o recordista de participações em mundiais. Estamos falando, é claro, de Lottar Matthaus.
O meio-campista iniciou sua carreira no Borussia Monchengladbach, e toda a sua categoria em campo rendeu a ele uma nova oportunidade na seleção após a desastrosa participação no torneio continental. Em 1982, participou de sua primeira Copa. Entrou em duas partidas e ajudou o time a alcançar o vice-campeonato. Mas a falta de títulos do clube, que vivia uma crise na época, acabou sendo determinante para sua transferência ao Bayern de Munique, onde ganhou três Campeonatos Alemães consecutivos.
No mundial seguinte ele já era um dos principais nomes da seleção germânica. Nas oitavas de final, o meia marcou nos minutos finais o gol que deu a classificação sobre o Marrocos. Já contra o México, converteu sua cobrança na decisão por pênaltis. No entanto, Matthaus amargaria mais um vice, ao perder a final para a Argentina.
Pelo Bayern as coisas também deixaram de ir bem. Em 1988, sua primeira temporada sem títulos no time, sofreu com as cobranças da torcida e se transferiu para a Internazionale. Na época a equipe era pouco cotada para levar o Campeonato Italiano, que tinha como favoritos o Napoli de Careca e Maradona e o Milan da Van Basten e Gullit.
No entanto, a Inter se manteve à frente da tabela por todas as 34 rogadas e faturou o caneco após vencer o Napoli com um gol de Matthaus. O feito fez com que o craque passasse a ser chamado de "o rei de Milão". Maradona ainda diria em sua biografia que o alemão foi o maior rival que ele teve na carreira.
Enfim campeão do mundo
Após bater na trave por duas vezes, Matthaus chegou à Copa de 1990 como capitão do time e no auge de seu futebol. O resultado não poderia ser outro, e o jogador ergueu a taça do mundo com uma vingança sobre a Argentina na decisão. De volta à Inter, faturou a Copa da Uefa do ano seguinte, marcando um dos gols da decisão contra a Roma. A boa fase fez com que ele fosse escolhido como o melhor jogador do mundo pela Fifa.
O craque, porém, teve de abandonar os campos por um longo período após sofrer uma grave lesão no joelho, e acertou seu retorno para o Bayer. Já veterano, passou a jogar mais recuado, como líbero, tal como Beckenbauer havia feito duas décadas antes. E foi nessa posição que ele assegurou vaga na Copa de 1994. Dessa vez, a então campeã Alemanha caiu nas quartas de final diante da Bulgária.
Quatro anos depois, ele conseguiu sua vaga na Copa da França por conta de uma lesão de Matthias Sammer, e chegou ao incrível recorde de 25 partidas disputadas em cinco edições de mundiais. Seus últimos grandes momentos em campo foram na final da Liga dos Campeões de 1999 pelo Bayern. A equipe vencia o Manchester United por 1 a 0 e o craque foi substituído nos minutos finais. Nos acréscimos, porém, os ingleses conseguiram uma inesperada virada e foram campeões.
Ao final do jogo, Beckenbauer declarou que não foi Matthaus quem não teve a honra de levantar a taça, e sim o troféu que não teve a honra de ser erguido por Matthaus. Apesar dos 37 anos, ele foi eleito o jogador alemão do ano naquela temporada. Ele ainda atuaria pela seleção a Copa das Confederações de 1999 e na Eurocopa de 2000, mas o país foi eliminado na primeira fase em ambas as competições. Após se tornar o jogador com maior número de jogos pela Alemanha (150) decidiu deixar os gramados.
Fracassos como treinador
No ano seguinte iniciou a carreira de treinador no futebol da Áustria. Em seguida, assumiu o Partizan e faturou o campeonato de Sérvia e Montenegro. O resultado chamou a atenção da seleção húngara, que o contratou, mas o país ficou longe de conseguir uma vaga na Copa de 2006.
Após frustradas tentativas de acertar com um clube alemão, o craque surpreendeu a todos e foi anunciado como técnico do Atlético Paranense. Apesar do ótimo retorno em marketing e exposição, o alemão se desentendeu com árbitros e jornalistas e deixou o comando da equipe com apenas oito jogos, sendo seis vitórias e dois empates.
Ele, então, voltou ao futebol austríaco e, em 2010, assumiu a seleção da Bulgária, mas não teve o contrato renovado um ano depois. Entre 2001 e 2009 também foi colunista esportivo do jornal alemão "Bild" e comentou as Copas de 2002 e 2006 para um canal televisivo de seu país.
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