Aposentado, Pet promove tênis no Brasil com Djokovic
Em uma época na qual todo jogador brasileiro sonha em ir jogar na Europa, um europeu resolveu fazer o caminho inverso e se tornou ídolo da maior torcida do Brasil. Estamos falando, é claro, de Petkovic. O sérvio brilhou com as camisas de Vitória, Flamengo, Vasco e Fluminense, e atualmente é dono de uma produtora de eventos que irá trazer o tenista Novak Djokovic para uma partida amistosa contra Guga no Rio de Janeiro.
Nascido na antiga Iugoslávia, o jogador jura que sua paixão pela bola começou bem cedo, quando tinha apenas 15 meses de idade. "Eu ainda não andava, estava atrasado em relação às outras crianças. Um dia um amigo do meu pai apareceu com uma bola em casa e eu me levantei e comecei a caminhar. Desde então a gente nunca mais se separou", diz.
Verdade ou não, uma coisa é certa: com apenas 16 anos, Pet foi o jogador mais jovem a disputar uma partida profissional na Iugoslávia. Três anos depois, se transferiu para o poderoso Estrela Vermelha. A equipe era a atual ganhadora da Liga dos Campeões e contava com craques como Savicevic e Mihajlovic. "O Estrela era meu time de coração, jogar ali foi como realizar um sonho de infância."
Em 1995, já consagrado no país, o sérvio foi comprado pelo Real Madrid. Porém, sofreu com algumas contusões e desentendimentos com o técnico Jorge Valdano. O meia, então, passou a jogar pelo time B do Real, e uma de suas atuações rendeu o convite para se transferir ao Brasil. Foi durante um amistoso contra o Vitória, que perdeu por 5 a 1 com dois belos gols do gringo. "Eu encarei a ida para o Brasil como um desafio na minha carreira, pois ninguém fazia isso. A ideia era reencontrar o bom futebol e depois voltar para a Europa", afirma.
E deu certo. Com a camisa do Vitória, ele ganhou dois campeonatos estaduais e terminou a Copa do Brasil de 1999 na artilharia. A boa fase lhe rendeu uma proposta da Itália, e Pet foi jogar no Venezia, onde não teve muitas oportunidades. No ano seguinte, decidiu voltar ao Brasil, desta vez para defender o Flamengo. "Minha segunda casa é o Rio de Janeiro, pois os melhores momentos da minha vida e da minha carreira eu passei aqui", confessa o atleta.
Apesar das grandes atuações, o sérvio só foi cair nas graças da torcida após a final do Campeonato Carioca contra o Vasco, em 2001, quando Petkovic marcou de falta o gol do título, aos 43min do segundo tempo. O triunfo, porém, não impediu o meia de se tornar ídolo também no cruzmaltino, que ele defendeu dois anos depois.
Já em 2005, ele entrou para a seleção do Campeonato Brasileiro com a camisa do Fluminense. "Sou um dos poucos jogadores que conseguiu se tornar ídolo de três grandes clubes do Rio", diz orgulhoso.
Mesmo assim, sua ligação mais forte sempre foi com o rubro-negro, e isto ficou comprovado em 2009. Aos 37 anos, ele retornou ao clube para quitar uma dívida trabalhista, mas acabou conduzindo o time ao título brasileiro. "Eu estava psicologicamente pronto para voltar. Sofri muitas humilhações, disseram que eu estava acabado para o futebol, mas sabia que time era bom e só precisava de líder um experiente", destaca.
Sua despedida dos gramados se deu em junho de 2011, no empate por 1 a 1 contra o Corinthians, no Maracanã. Após pendurar as chuteiras, ele passou a se dedicar à sua produtora de eventos. Entre as ações desenvolvidas pela empresa está a vinda de Novak Djokovic ao Brasil.
O tenista sérvio disputará uma partida amistosa com Guga, inaugurará uma quadra pública de saibro no Rio e vai participar de um jogo de futebol com craques com Zico, Bebeto e Romário. "Ele é torcedor do Estrela Vermelha e era meu fã quando eu jogava lá. Hoje eu é que sou fã dele, por causa do estilo guerreiro que o colocou como número um do mundo."
Quer saber mais sobre a Copa Coca-Cola? Então, clique aqui e confira