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Copa Coca-Cola

Fominha assumido, Di Stéfano reinou no Real Madrid

16 out 2012 - 07h14
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No início de carreira, o negócio de Alfredo Di Stéfano, um dos melhores atacantes da história do futebol, era fazer o máximo de gols possíveis. Deixar a bola para o companheiro decidir a jogada não fazia muito seu estilo. "Entre fazer o gol e dar o gol para outro, não vacilava. Fazia eu. Não me arrependo disso. O goleador tem mesmo que ser um tanto egoísta", disse certa vez.

Por muito tempo Di Stéfano foi o dono da bola no futebol mundial
Por muito tempo Di Stéfano foi o dono da bola no futebol mundial
Foto: Getty Images

O argentino é uma figura rara do futebol. Na infância, queria ser piloto de avião. Aos 17 anos, foi chamado as pressas para completar o time do bairro. Marcou três gols e percebeu que levava jeito para o esporte. Fez teste no River Plate e entrou para a quarta categoria do clube. Em uma conversa entre ex-jogadores da equipe argentina, Cesarini perguntou a Peucelle se Di Stéfano era um centro-avante. A resposta: "não, senhor, não é. É um fenômeno".

Em 1945, conquistou o campeonato argentino pelo River (jogou apenas uma partida). Pouco para o quilate de Di Stéfano. Sem espaço, mudou de esquadra (Huracán) e retornou em 1947, conquistando o torneio argentino pela segunda vez. O curioso é que o atacante marcou 27 gols, intercalando jogos com o serviço militar. Deixou o clube em 1949, com 49 tentos em 66 jogos, rumo a Bogotá.

Pelo Millonarios, comemorou o campeonato nacional quatro vezes (1949, 51, 52 e 53), a Copa da Colômbia e a Pequena Taça do Mundo (ambos em 1953). Aliás, foi no time colombiano que sua relação íntima com o Real Madrid teve início. Em um jogo amistoso contra a equipe merengue, despertou o interesse dos dirigentes. Então o Barcelona entrou na jogada e levou o atleta, fechando negócio diretamente com o River Plate. Sem saber, Di Stéfano esquentava a maior rivalidade do futebol espanhol (e uma das maiores do mundo).

O clube da capital espanhola acionou o Millonarios e também obteve os direitos do jogador. A disputa foi parar nas mãos do ministro dos esportes espanhol da época, General Moscardo, que sugeriu um acordo pouco convencional: Di Stéfano faria temporadas alternadas por quatro anos, jogando uma em cada clube, começando pelo Real Madrid. O Barcelona discordou e abriu mão do argentino.

Sorte do clube merengue. Pelo Real, ele conquistou oito campeonatos nacionais (1954, 55, 57, 58, 61, 62, 63 e 64) e cinco Liga dos Campeões (1956, 57, 58, 59 e 60). Além disso, foi o artilheiro do torneio nacional nas temporadas de 1954 (27 gols); 1956 (24 gols); 1957 (31 gols); 1958 (19 gols); e 1959 (23 gols). Tantos méritos renderam, anos depois, elogios de Maradona, afirmando que Di Stéfano foi o melhor jogador do século 20.

Outros acontecimentos na carreira do argentino dão o que falar até hoje. O atacante foi um dos poucos jogadores a atuar por três seleções diferentes: Argentina (seis jogos e seis gols); Colômbia (passou em branco nas quatro partidas); e Espanha (31 jogos e 23 gols). Só obteve um título, o Sul-Americano de 1947 pela Argentina. Curiosamente, não jogou nenhuma Copa do Mundo (foi convocado pela Espanha em 1962, mas uma lesão o impediu de atuar), uma de suas mágoas no esporte.

Em 1966, aos 40 anos, o craque se aposentou, mesmo jogando em alto nível (Di Stéfano sempre manteve o bom preparo físico e alta velocidade, qualidade que lhe rendeu o apelido de "Flecha Loira"). Então por que parar? O real motivo é que ele havia recebido a notícia de que seria avô. Naquele ano, o mundo perdia um dos jogadores mais inteligentes para criar jogadas, conduzir e cabecear a bola. Porém, nessa época, o nome do momento já era Pelé.

Do gramado pulou para o banco de reservas, como treinador. Em 1967, comandou o time espanhol Elche. Dois anos depois, para a surpresa de muitos argentinos, assumiu o Boca, arquirrival dos tempos de jogador. Passou ainda por Valencia (ESP), Sporting (POR), Rayo Vallecano (ESP), Castellón (ESP), River Plate e Real Madrid. Detalhe: foi o único técnico a se sagrar campeão nos principais rivais argentinos.

Em 2008, o argentino foi homenageado pela FIFA como presidente honorário da UEFA. Atualmente, aos 86 anos, mora em Madri e ainda frequenta o clube em que se consagrou. Ele também é presidente de uma associação de ex-jogadores, que ajuda atletas que estão em condição financeira ruim ou viúvas de jogadores.

Curiosidade sobre o craque

Embora tenha jogado por três seleções (Argentina, Colômbia e Espanha), Di Stéfano só tina relação mesmo com o primeiro país. O pai era filho de italianos enquanto a mãe filha de um francês com uma irlandesa. Para complicar ainda mais a "etnia" do argentino, seu apelido na época de River Plate era "Alemão", devido aos cabelos loiros.Quer saber mais sobre a Copa Coca-Cola?

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Fonte: PrimaPagina
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