Após "pior clima da vida", calor vira preocupação italiana no Brasil
“Após 60 minutos parecia que tínhamos jogado 200, foi a partida mais difícil da minha vida”. A declaração do volante Daniele De Rossi após a vitória por 4 a 3 sobre o Japão, na Arena Pernambuco, encontra ecos nos outros membros da delegação italiana. Neste sábado, o calor de Salvador será uma preocupação a mais na hora de enfrentar o Brasil, na partida marcada para as 16h na Arena Fonte Nova.
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“A umidade maluca” da região do Recife, conforme definiu o zagueiro Andrea Barzagli, foi um dos fatores apontados pela seleção italiana para a exibição ruim diante do Japão. Os outros foram o cansaço acumulado pelo fim da temporada europeia e pelas partidas seguidas na Copa das Confederações.
“Além do que faltou em termos futebolísticos – e faltou muito – o aspecto do clima foi determinante”, explicou nesta sexta-feira o meia Riccardo Montolivo, em referência à partida da última quarta.
“O aspecto dos dias de repouso faz diferença no futebol de hoje, porque creio que a qualidade técnica e tática só fazem diferença se você tem qualidade de intensidade e de corrida. Caso contrário, você terá problemas mesmo se tem mais qualidade e experiência”, completou.
Em entrevista também nesta sexta-feira, antes do treino de reconhecimento do gramado da Arena Fonte Nova, o técnico Cesare Prandelli mostrou concordar com os jogadores. “(Contra o Japão) vimos pela primeira vez que não havia nenhuma possibilidade de recuperar o cansaço, mas não estamos buscando desculpas”, destacou.
O treinador classificou a Copa das Confederações como “um evento extraordinariamente belo” que dá a oportunidade de “usufruir de todas as possibilidades de adaptação” ao país que organizará o próximo Mundial.
Ao mesmo tempo, ele destacou uma “disparidade” no período que antecede o torneio dos campeões continentais, propondo que “todos deveríamos usufruir do mesmo tempo” para preparação: “muitos nos preparávamos para as Eliminatórias da Copa do Mundo, e há gente com mais dias na comparação com os outros”.
Neste sábado, Prandelli encarará um rival que se reuniu no fim de maio, no Rio de Janeiro, e desde então tem o foco voltado para a Copa das Confederações. O técnico tentará consertar essa “disparidade” revezando seus titulares. “Vou procurar jogadores ‘frescos’, porque a diferença na competição não se faz em termos técnicos, mas sim nos físicos”.
É provável que ele mude o esquema tático do 4-3-2-1 para o 4-3-3, poupando o zagueiro Andrea Barzagli e o meia Emanuele Giaccherini. Os meio-campistas Andrea Pirlo, com uma contratura muscular, e De Rossi, suspenso, também não jogam. Desse modo, a Itália deve ter a seguinte escalação: Buffon; Abate, Bonucci, Chiellini e De Sciglio; Aquilani, Montolivo e Marchisio; Diamanti, Balotelli e Candreva.