De EUA à Europa, protestos e vaias em Brasília repercutem no mundo: "caos"
As cenas de violência fora do Estádio Nacional (Mané Garrincha) no último sábado, em Brasília, e as vaias direcionadas à dupla Dilma Rousseff e Joseph Blatter não chamaram a atenção apenas no Brasil. Dos Estados Unidos à Europa, publicações de todo o mundo destacaram ambos os episódios, ocorridos em meio a protestos em todo o Brasil contra as tarifas do transporte público, os gastos da Copa do Mundo e a violência policial.
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Na Espanha, o periódico El País, o mais importante da nação e que tem dedicado extensa cobertura às manifestações brasileiras, afirmou que "600 pessoas trouxeram o caos para Brasília na abertura da Copa das Confederações". Em nota que retrata a chamada de protestos para inúmeras cidades do Brasil e do mundo, o jornal relatou a ação da tropa de choque da Polícia Militar, com gases lacrimogêneos e balas de borracha.
Também no El País, as vaias à presidente Dilma Rousseff foram consideradas "inesperadas" pela popularidade da mandatária em pesquisas recentes. Já diários esportivos espanhóis como Sport e As replicaram com destaque notícias de agências sobre as vaias. Por sua vez, a publicação Mundo Deportivo afirma que "Neymar deu alívio à presidente". Outro jornal importante da Espanha, o ABC deu destaque ao protesto, lembrando que já é o segundo dia seguido de manifestações contra o Mundial.
A Itália foi outro país que viu as vaias no Estádio Mané Garrincha serem repercutidas. O site do jornal Corriere della Sera comparou a vaia do último sábado à sofrida pelo presidente Lula, na abertura do Pan-Americano de 2007, mas ressaltou que Blatter piorou a situação solicitando, em espanhol, "respeito e fair play". Ainda na Europa, o inglês The Guardian deu espaço no relato do jogo aos protestos vistos fora do estádio, que "contribuiíam para um sentimento de inquietação crescente no Brasil".
No continente americano, o USA Today deu espaço a declarações de diversos manifestantes presentes no protesto fora do palco de estreia do Brasil. Já o argentino La Nación destacou que "nem o popular futebol conseguiu diminuir o crescente desconforto dos brasileiros com a repressão às manifestações que agitaram o país nos últimos dias".