O discurso da Fifa segue igual, mas a preocupação da entidade e do Comitê Organizador Local (COL) com o crescimento das manifestações no Brasil começa a crescer. Nesta segunda-feira, houve uma reunião extra com o comando da polícia do Rio de Janeiro para remontar o esquema de segurança no entorno do Estádio do Maracanã para o jogo desta quinta-feira entre Espanha e Taiti pela segunda rodada da Copa das Confederações.
"Estamos montando um esquema que possa facilitar a saída do torcedor do Maracanã. Pedimos até que o torcedor se demore um pouco mais para sair para tudo ficar mais fácil", disse o diretor de comunicação do COL, Saint-Clair Milesi.
Mesmo dizendo que não trabalha por hipóteses, o diretor de comunicação da Fifa, Pekka Odriozola, fez questão de reafirmar a proibição da entidade de que torcedores se manifestem com cartazes de mensagens políticas ou religiosas. "Isto está claro no ingresso, e vamos fazer o procedimento padrão", disse Pekka.
Imagens exclusivas mostram ataque da tropa de choque; veja:
O procedimento padrão da Fifa é recolher qualquer tipo de cartaz. O mesmo vai valer para a transmissão de TV, que, segundo o diretor da Fifa Nicklas Ericson, vai estar centrada apenas no campo de jogo e não mostrar o público. "O jogo e os jogadores é que são os protagonistas", explicou. "Mas não existem só câmeras de Fifa no estádio. Outras podem ter imagens do público", disse.
A previsão é que a manifestação prevista para o Rio, às 17h desta quinta-feira, reúna mais de 100 mil pessoas perto do Maracanã - e junte-se isso com a saída dos mais de 70 mil torcedores da partida que vai acabar por volta das 18h.
A Polícia Militar já anunciou que vai aumentar o efetivo perto do estádio para acompanhar a manifestação para cerca de 1,5 mil homens. A prefeitura do Rio decretou ponto facultativo em várias repartições públicas e feriado em todas as escolas para diminuir a circulação de pessoas pela cidade. Dentro do Maracanã, o esquema de segurança vai funcionar nos mesmos moldes do jogo entre México e Itália, com 1150 homens na segurança e orientação de público.
<a data-cke-saved-href="http://esportes.terra.com.br/infograficos/camisa-copa-confederacoes/iframe2.htm" href="http://esportes.terra.com.br/infograficos/camisa-copa-confederacoes/iframe2.htm">veja o infográfico</a>
Na manhã desta quarta-feira, um ônibus da organização com jornalistas ficou retido no meio de um protesto em Fortaleza. O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Cesar Alvarez, reafirmou o compromisso do governo com a liberdade de manifestação pacífica e negou que as autoridades tenham perdido o controle da situação.
"Jamais perdemos a capacidade de diálogo com a população. Se alguém pensa o contrário tem todo o direito", disse Alvarez.
Clima de manifestações contra os mais variados temas seguiu firme em todo o País nesta terça-feira; em Belo Horizonte, não foi diferente
Foto: Diego Garcia / Terra
Cerca de três mil pessoas foram às ruas protestar contra os mais distintos assuntos, como transporte público e remunerações, mas o que se viu nas ruas da capital mineira foi, principalmente, um clima de indignação contra a realização da Copa das Confederações 2013 e da Copa do Mundo 2014 no Brasil
Foto: Diego Garcia / Terra
Passeata saiu da UFMG por volta das 17h20 desta terça-feira; o que se viu em sua maioria foram estudantes insatisfeitos com a realização do Mundial no País
Foto: Diego Garcia / Terra
Ao longo da passeata, constatou-se centenas de faixas e cartazes protestando contra a realização da Copa das Confederações e da Copa do Mundo no Brasil
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Se o foco principal das manifestações era antes o aumento das passagens no transporte público, hoje as exigências se diversificaram e apontam, em grande parte, aos torneios de futebol
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A promessa é que os protestos continuem na capital minera ao longo da semana, assim como em todo Brasil
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Apesar de o Mundial ter sido confirmado no País desde 2007, só agora a população passou a reclamar, principalmente pelos gastos excessivos com estádios e com o tratamento diferenciado dado às exigências da Fifa
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Belo Horizonte volta a receber uma partida da Copa das Confederações apenas no sábado, quando Japão e México se encaram
Foto: Diego Garcia / Terra
Na última segunda, enquanto Taiti e Nigéria se enfrentavam, 20 mil foram às ruas protestar contra tarifas de ônibus, ajustes salariais, Copa do Mundo e governo, entrando até em conflito contra a PM. A batalha do povo contra o sistema deve continuar nos próximos dias