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Copa das Confederações

Hino Nacional vira manifesto e move blitz da Seleção contra México

Em entusiasmo poucas vezes antes visto em execuções de hino, brasileiros transfererem clima favorável para campo e encurralam México no começo

20 jun 2013 - 06h44
(atualizado às 07h05)
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<p>Torcedores se manifestam em estádio; Brasil x México foi disputado em meio a efervescência no País </p>
Torcedores se manifestam em estádio; Brasil x México foi disputado em meio a efervescência no País
Foto: Getty Images

Em um país em ebulição com manifestos populares nas principais cidades, cantar o Hino Nacional não é um mero protocolo. Entoá-lo de forma burocrática deixará inevitavelmente a conotação de desinteresse pelo que vive o País, mas soltar os pulmões durante a sua execução vira um manifesto. E foi exatamente a segunda opção a escolhida tanto por jogadores como pelos torcedores presentes no Estádio Castelão para a vitória da Seleção Brasileira diante do México por 2 a 0, na última quarta-feira, pela Copa das Confederações.

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Enquanto do lado de fora manifestantes entravam em confronto com a Polícia e levantavam a bandeira de um país melhor e sem injustiças, o Hino Nacional ganhou um coro no Estádio Castelão que resistiu à interrupção equivocada da melodia e deixou mais emocionante sua execução. Foram minutos que não só viraram um manifesto como moveram a Seleção em um começo em ritmo acelerado diante do México. Uma blitz que teve um golaço de Neymar, domínio total brasileiro e a certeza de que o Hino teve seu impacto.

Veja protesto antes de jogo do Brasil em Fortaleza:

“Foi lindo, foi maravilhoso. Eu acho que aquele hino, aquela coisa de jogadores junto à torcida, foi um momento para mostrar que, querendo ou não, indiretamente ou diretamente, era um manifesto. Porque foi uma coisa muito emocionante, uma coisa muito forte”, disse o goleiro Júlio César. "Não só eu senti aquela energia, até os jogadores do banco. Hernanes, Lucas... A gente ficou muito feliz com aquela situação. Saímos do hino com aquela vontade e motivação", completou.

Durante a semana, um movimento sugeriu que jogadores e torcedores cantassem o hino de costas para a bandeira, em uma atitude que demonstraria apoio ao que acontece nas ruas do Brasil. Até o ex-meia da Seleção Juninho Pernambucano aderiu ao movimento. Os jogadores optaram por uma execução abraçados, o que não é comum. Poucas pessoas no estádio viraram de costas, mas o ambiente e o entusiasmo na cantoria deixou claro: não era apenas um protocolo.

“Até o juiz que conheço bem (Howard Webb) disse que nunca tinha visto coisa parecida. É um juiz rodado, experiente e já apitou grandes jogos de seleções. Ele disse que não tinha visto nada parecido”, enfatizou Júlio César, jogador que engrossou a lista de jogadores que durante a semana se posicionaram sobre a onda de manifestos.

<p>Hino Nacional ganhou força como canção de protesto em meio a manifestos pelo Brasil</p>
Hino Nacional ganhou força como canção de protesto em meio a manifestos pelo Brasil
Foto: Getty Images

Pouco antes as partida, o atacante Neymar quebrou o silêncio sobre o que acontece no país e se posicionou a favor de protestos pacíficos. No hino, foi um dos mais emocionados. "Foi emocionante o que a torcida fez. Não tem satisfação maior, orgulho maior do que correr para eles dentro de campo", disse o jogador, que na sequência completou uma de suas melhores partidas com a camisa da Seleção. Além do gol e da assistência, o camisa 10 infernizou a defesa mexicana e se vingou da decepção pela prata olímpica em 2012.

Fortaleza: Policial diz que ativistas jogaram pedras:

Um dos jogadores que se posicionou de forma mais contundente sobre a efervescência política durante a semana, o zagueiro David Luiz disse que tal demonstração de patriotismo não deve acabar e exemplifica o carinho que os jogadores da Seleção têm pelo povo.

“Isso demonstra o que o País, a emoção que a gente tem. A gente se arrepiou quando cantamos todo o hino. Essa demonstração de amor acontece em todos os lugares”, afirmou. A próxima “demonstração de amor” acontece no próximo sábado, quando o Brasil enfrenta a Itália no fechamento da primeira fase da Copa das Confederações, em Salvador.

Fonte: Terra
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