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Copa do Brasil

Zebras já passearam na Copa do Brasil; hoje não conseguem mais disputar o título. Entenda

O caminho de clubes como Santo André e Paulista de Jundiaí, que já se deram bem na competição, não será mais o mesmo: vão precisar superar muitos rivais maiores do que eles e de mais tradição

15 dez 2021 - 10h10
(atualizado às 11h24)
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A Copa do Brasil é considerada a competição mais eclética do futebol nacional, alguns dizem 'democrática'. Reúne times dos quatro cantos do Brasil e carrega a fama de caminho mais curto rumo à Copa Libertadores. Nesta quarta-feira, ela deve consagrar o Atlético-MG como grande campeão após os 4 a 0 sobre o Athletico-PR, no Mineirão, na partida de ida - vantagem inédita em decisões. O título aos mineiros vai confirmar uma tendência dos últimos anos: a competição está mais elitizada. É cada vez mais difícil equipes menores, como Criciúma, Paulista de Jundiaí, Santo André e Juventude, conquistarem o título, ou mesmo ir à decisão, como ocorreu com Goiás, Ceará, Brasiliense, Figueirense e Vitória.

A última surpresa foi o Sport, campeão em 2008. As zebras já não conseguem mais ir longe na competição. Ainda mais com a entrada dos representantes da Libertadores ganhando vaga nas fases decisivas. O América-MG até tentou derrubar a marca negativa na temporada passada. Após surpreender Corinthians e Inter, contudo, não resistiu à força do Palmeiras na semifinal. Tinha de superar, portanto, três grandes do futebol brasileiro. Esse é o ponto.

São nove edições seguidas com as equipes tradicionais se enfrentando nas decisões. O Athletico-PR mudou de status na última década e já carrega o rótulo de 'novo grande' no Brasil. É o único fora do G-12 (os principais clubes do País) a conseguir disputar as decisões e ganhá-la, como em 2019. Além disso, os times considerados melhores e de menos estrutura e elenco não chegam à decisão desde 2012, quando o Coritiba viu o Palmeiras festejar o título. Mesmo assim, a equipe paranaense tem no currículo o título brasileiro de 1985.

Convidados da Libertadores

Curiosamente, desde 2013 a CBF mudou o regulamento, abrindo vaga para os representantes da Libertadores nas oitavas de final. Ano passado, houve uma mudança de regra para tentar dar mais chance aos menores. Clubes da competição continental e os campeões das Copas Verde e do Nordeste, além da Série B, disputam o torneio desde a terceira fase, o que dificulta um pouco mais o caminho para os times tradicionais.

O Atlético-MG ficou 50 anos sem ganhar o Brasileirão. Desencantou com alto investimento em time estrelado. Tem o bicampeonato encaminhado na Copa do Brasil justamente pelo grupo forte que formou ao abrir os cofres. Não ter as altas cifras dos grandes é o grande empecilho dos pequenos para caminhar lado a lado com os poderosos. Os 'pequenos' têm elencos mais modestos e outras competições para disputar. Perdem fôlego ao longo da temporada.

Os mineiros tiveram de sentir na pele o vexame de cair diante de um nanico para se reestruturar e dar a volta por cima na competição uma edição depois. Foi no ano passado, uma queda nos pênaltis por 7 a 6 após 2 a 2 com o Afogados-PE. Aquele vexame custou o emprego do técnico Rafael Dudamel e deu início à transformação do Atlético-MG.

Na atual edição, algumas zebras também chamaram atenção, mas os algozes não foram muito distantes. O Botafogo caiu nos pênaltis ainda na segunda fase, após jogo único com o ABC. As principais surpresas foram a queda do Internacional, em casa, diante do Vitória, e do Palmeiras, que massacrou o CRB, mas não conseguiu buscar empate no Allianz Parque e depois de mais de 35 chances desperdiçadas, acabou dando adeus nas penalidades.

O 4 de julho até comemorou um 3 a 2 diante do São Paulo em casa. Uma semana depois, voltou à dura realidade ao levar 9 a 1 no Morumbi. Dos oito melhores, por exemplo, o Fortaleza foi o único "intruso" entre os gigantes. Uma tendência cada vez mais comum na Copa do Brasil.

São 33 edições e cada ano o "barato" dos primeiros anos da Copa do Brasil vai desaparecendo. Dificilmente um Juventude, Santo André ou Paulista de Jundiaí vai con seguir se impor e calar, por exemplo, um Maracanã lotado e ainda dar a volta olímpica, como já aconteceu.

Estadão
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