'Maldição' do titular da lateral-direita volta à Seleção
Fagner ganha a posição após lesões de Daniel Alves e Danilo
Na história da seleção, titularidade antes da Copa do Mundo ou prestígio reduzido nem sempre significa muito para quem atua na lateral-direita. Quem agora comprova isso é Fagner, o último dos casos a confirmar que, dentro de campo, status pode mudar rapidamente.
Após correr o risco de nem ir à Rússia por causa de uma lesão sofrida em 29 de abril, o jogador do Corinthians foi convocado depois que o titular absoluto, Daniel Alves, se machucou. Danilo assumiu a vaga, mas também teve lesão, e Fagner entrou no time. Depois de duas boas atuações contra Costa Rica e Sérvia, o lateral do Corinthians não teve sua vaga ameaçada nem após o titular Danilo se recuperar. "Falei para o Danilo antes do treino que ele vinha jogando bem, mas ficou dois jogos fora e o Fagner será mantido porque mostrou um alto nível", explicou o treinador.
Nesta segunda-feira (2), em Samara, pelas oitavas, Fagner terá de encarar o mais perigoso atacante mexicano, o rápido Hirving Lozano, destaque da conquista do título holandês pelo PSV Eindhoven e autor do gol da sua seleção na vitória sobre a Alemanha. "O Fagner é bom no enfrentamento, é uma de suas características, o um contra um dele é de qualidade", assegurou Tite, minimizando a tarefa o lateral.
A situação de Fagner lembra a de outros laterais da seleção em Copas. Em 1986, Leandro, um dos grandes nomes da posição no País, abdicou de ir ao México em solidariedade ao amigo Renato Gaúcho, descartado por problema disciplinar pelo técnico Telê Santana.
Isso forçou o treinador a chamar mais um lateral-direito: Josimar. Reserva de Édson Boaro, ele assumiu a titularidade a partir do terceiro jogo, contra a Irlanda do Norte. Marcou golaços naquela partida e também diante da Polônia, consagrando-se como um dos grandes nomes do Brasil naquele Mundial.
Em 1998, o volante Flávio Conceição seria o reserva de Cafu na lateral-direita. Só que o ex-palmeirense foi cortado por lesão e Zagallo chamou o então são-paulino Zé Carlos, que nunca havia atuado na seleção. A chance viria logo na semifinal, quando o Brasil bateu a Holanda nos pênaltis e avançou à final. Agora, Fagner deixou de ser incerteza para se tornar titular com Tite na Rússia.