Jogadora do Marrocos é a primeira atleta a usar hijab na Copa do Mundo Feminina
Peça é um dos símbolos islâmicos e já foi proibido pela FIFA
Nouhalia Benzina fez história no Copa do Mundo Feminina ao se tornar a primeira mulher a usar o hijab ( conjunto de vestimentas recomendadas pela doutrina islâmica). O feito aconteceu na vitória de Marrocos por 1 a 0 contra a Coreia do Sul, pela segunda rodada do grupo H, na madrugada de domingo.
A marroquina de 25 anos veste o símbolo que “permite a privacidade, a modéstia e a moralidade”, segundo as leis islâmicas e foi utilizado po Benzina logo no primeiro mundial disputado por uma nação árabe.
O uso do hijab era proibido pela FIFA até 2012, ano em que a entidade concedeu um período experimental de dois anos à Confederação Asiática. Em 2012, a FIFA suspendeu a proibição, após diversos protestos de atletas e ativistas.
A França impediu novamente a utilização durante o mundial de 2019, mas em 2023, um novo avanço, com a liberdade religiosa sendo aplicada a Copa da Austrália e Nova Zelândia.
Nouhalia Benzina faz parte da Associação Esportiva das Forças Armadas Reais e já disputou 15 partidas com a seleção de Marrocos.
“As meninas vão olhar para Benzina e pensar: pode ser eu. Os formuladores de políticas, os tomadores de decisões e os administradores vão dizer também: precisamos fazer mais no nosso país para criar espaços abertos e inclusivos para mais meninas jogarem”, disse Assmaah Heal, co-fundadora da Rede de Esportes das Mulheres Mulçumanas, em entrevista à AP.
A comunicação da seleção marroquina tem blindado a atleta e ela ainda não concedeu entrevista, mas suas companheiras de elenco se manifestaram sobre o feito.
“Estamos muito honradas de ser a primeira nação árabe a fazer parte da Copa do Mundo Feminina. A gente sente que carrega nos ombros uma grande responsabilidade de deixar uma boa imagem e de mostrar as conquistas do time de Marrocos”, falou a capitã Ghizlane Chebbak.