Governo do DF deu 20 mil ingressos e isenção para lotar Mané
O esforço do governo do Distrito Federal foi decisivo para que o Estádio Mané Garrincha tivesse mais de 51 mil torcedores na final da Copa Verde, na última segunda-feira, entre o campeão Brasília e o vice-campeão Paysandu. Foi o quinto maior público desde a reinauguração. A renda declarada foi de R$ 196.454,00.
Além de distribuir 20 mil ingressos a estudantes e funcionários, o governo do DF abriu mão da taxa de ocupação de 15% sobre o valor da renda. A isenção também havia sido concedida anteriormente no clássico local entre Brasiliense x Gama, em fevereiro, pelo Campeonato Estadual.
Não só escolas e funcionários. O Banco de Brasília, que pertence ao governo do DF, também utilizou ingressos para promoções de marketing. A Federação Brasiliense ainda contratou modelos, enviados a bares e boates na capital federal para tentar comercializar entradas para Brasília x Paysandu. Cerca de 6 mil torcedores da equipe paraense foram ao jogo.
Em comunicado, o governo explicou os propósitos do incentivo. "Neste caso, o Governo do DF concedeu a isenção como forma de fortalecer o futebol local, transformando o Estádio Mané Garrincha em um importante instrumento para incentivar o esporte no DF", diz o texto enviado ao Terra, que destaca ainda o mesmo procedimento em shows em homenagem ao cantor Renato Russo, da cantora Beyoncé e da banda Aerosmith, todos no Mané Garrincha.
Advogado de Agnelo Queiroz, presidente do Brasília se irrita com auxílio
Presidente do Brasília, Luiz Carlos Alcoforado se irritou com questionamentos a respeito do auxílio do governo do Distrito Federal para a decisão da Copa Verde. Alcoforado é advogado do governador Agnelo Queiroz, mas minimizou o apoio público para a casa cheia na decisão.
"O Brasília abdicou de parte da renda para ofertar ingressos a R$ 1. Nós não recebemos nada. Não temos patrocínio do governo", disse Alcoforado, que intitula o Brasília como o primeiro clube-empresa do País. "Nem petista eu sou. Sou advogado. O governador, como pessoa que gosta de esporte, agora é torcedor do Brasília. São circunstâncias. O governo ajudou ao reduzir a taxa de ocupação, mas fez para o Gama e o Brasiliense. É permitido por lei". O decreto citado foi assinado em agosto de 2013 e trata das regras de utilização dos espaços públicos esportivos do DF e da cobrança de taxas por sua ocupação.
Boletim financeiro divulgado na quinta-feira é quase ilegível
Divulgado na tarde desta quinta-feira no site da CBF, portanto três dias após a realização do jogo, o boletim financeiro da final da Copa Verde é praticamente ilegível. Ainda assim, é possível perceber 38305 ingressos que foram vendidos a R$ 1. Entre eles estão os 20 mil que foram repassados. A assessoria de imprensa do governo do DF nega que tenha pagado pelas entradas.
"O Brasília fez o que quis com os ingressos. Deu para amigos, para funcionários, para políticos", disse Roberto Sávio, da Federação Brasiliense. "Nós distribuímos os ingressos. Trabalhamos maciçamente para distribuir os ingressos. Queríamos o torcedor carente que precisa ter um time", afirmou Alcoforado.
Campeão, Brasília recebe parabéns do governador Agnelo Queiroz
Na terça-feira, o governador do Distrito Federal recebeu o Brasília no Palácio do Buriti e deu os parabéns pela conquista da Copa Verde. Graças ao título, o futebol brasiliense será representado em um torneio internacional oficial, a Copa Sul-Americana 2015, pela primeira vez na história.
Secretário extraordinário da Copa, Claudio Monteiro festejou o público superior a 50 mil torcedores no feriado de Tiradentes. "Nossa cidade começa a tomar nova proporção no futebol nacional. Ver esse estádio lotado com o público da cidade mostra que fizemos a opção certa ao defender e construir uma arena no coração de Brasília", disse ele, que entregou a taça de campeão ao Brasília. Estimado em R$ 1,4 bilhão, o Estádio Mané Garrincha é o mais caro entre os 12 da Copa do Mundo.