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Crise na CBF: quais são os próximos passos após STF recolocar Ednaldo Rodrigues na presidência

Liminar do ministro Gilmar Mendes suspendeu decisão da Justiça do Rio de Janeiro que afastava cartola; decisão será analisada em plenário

4 jan 2024 - 23h11
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Resumo
A crise na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira, 4, com Gilmar Mendes decidindo pela recondução do presidente afastado Ednaldo Rodrigues ao cargo. O STF tomou a decisão às vésperas de uma visita da Fifa e Conmebol à CBF para análise do imbróglio.
Ednaldo Rodrigues foi reconduzido à presidência da CBF por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF.
Ednaldo Rodrigues foi reconduzido à presidência da CBF por decisão do ministro Gilmar Mendes, do STF.
Foto: Wilton Junior/ Estadão / Estadão

A crise na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ganhou novo capítulo nesta quinta-feira, 4, após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mender decidir pela recondução do presidente afastado Ednaldo Rodrigues ao cargo. A reviravolta acontece às vésperas de uma visita da Fifa e Conmebol à confederação para análise do imbróglio, marcada para a próxima segunda-feira, 8. 

A decisão de Gilmar Mendes sucede uma série de conturbações políticas e futebolísticas que rondam a CBF, que vive bastidores caóticos desde o começo de 2023. Desde janeiro passado, sem um técnico titular e sob o controle de interinos, a Canarinho acumulou recordes negativos e quebrou tabus históricos, que culminou no fim de um ciclo de Eliminatórias na sexta colocação. 

Já em dezembro, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu pelo afastamento de Ednaldo Rodrigues da presidência da confederação. Na ocasião, José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), foi nomeado interventor da CBF pela 21ª Vara de Direito Privado do TJ-RJ.

Ainda nesta quinta, logo após a divulgação da decisão do magistrado da Suprema Corte, Ednaldo Rodrigues falou pela primeira vez como presidente restituído da CBF. À Veja, o cartola comentou sobre os próximos passos à frente da entidade, o vislumbre de um comando técnico definitivo para a Seleção Brasileira e seu próprio futuro na política desportiva. 

Gilmar Mendes, do STF, determina recondução de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF
Gilmar Mendes, do STF, determina recondução de Ednaldo Rodrigues à presidência da CBF
Foto: Wilton Júnior / Estadão / Estadão

Inscrição no pré-olímpico atrasada

Acompanhando a esposa em um hospital em São Paulo, Ednaldo afirmou à reportagem que não tinha condições de comentar a decisão de Gilmar Mendes. Enquanto presidente, disse que seu primeiro objetivo será inscrever os jogadores que disputarão o pré-olímpico masculino de futebol, cujo prazo encerra às 18h desta sexta-feira, 5. 

"Inscrever a Seleção Brasileira no torneio pré-olímpico e resolver a questão do técnico e da comissão técnica definitiva da Seleção principal", falou Ednaldo sobre a primeira medida na volta ao cargo.

A pressa para o envio da documentação, inclusive, pautou a liminar concedida pelo magistrado da Suprema Corte nesta quinta, sob recomendação da Advocacia-Geral da União (AGU) e da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A lista dos jogadores convocados, que se tornou pública por parte da CBF em 21 de dezembro, estava com Hélio Santos Menezes Júnior, diretor jurídico e de conformidade da entidade, desde a última quarta-feira, 3, mas sem assinatura. A previsão era que o documento fosse enviado à Conmebol na terça-feira, 2, para que houvesse tempo hábil para eventuais ajustes. 

Técnico definitivo

A falta de um treinador titular à frente da Canarinho desde a recisão de Tite, em 17 de janeiro de 2023, resultou em uma temporada de resultados ruins e derrotas históricas para a Seleção Brasileira, que se viu sob o comando dos interinos Ramon Menezes e Fernando Diniz. Este último se divide no trabalho junto ao Fluminense e tem contrato com a CBF até o meio deste ano.  

Ednaldo viu o sonho de contar com Carlo Ancelloti ir por água abaixo após o treinador renovar com o Real Madrid por mais um ano. A esperança do dirigente era ter o italiano à frente da Seleção na segunda metade de 2024, quando se encerraria seu contrato com o clube merengue. 

Assim, Ednaldo se viu obrigado a 'mudar de rota' e traçar novos objetivos para o comando da Seleção. Segundo o ge, o presidente avalia os nomes de Dorival Júnior, hoje no São Paulo, e do ex-jogador Filipe Luís, que se aposentou no Flamengo em 2023.      

Ednaldo Rodrigues quer Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira.
Ednaldo Rodrigues quer Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira.
Foto: Alex Silva/Estadão / Estadão

Futuro na política

Ednaldo ainda falou sobre seu futuro na política esportiva. O cartola disse que fará as mudanças necessárias na entidade, visando um 'novo momento no futebol brasileiro', até as eleições de 2025, das quais não participará. Segundo o presidente, a decisão atende a um compromisso familiar. 

"Assumi este compromisso com minha família. Inclusive disse isto na própria assembleia que me elegeu. E tem mais, o Estatuto da CBF proíbe mais de uma reeleição. Assumi o mandato anterior e já tive a minha vez", reiterou Ednaldo Rodrigues. 

Visita da Fifa e Conmebol

A entidade máxima do futebol mundial e a confederação sul-americana visitarão a CBF na próxima segunda-feira para avaliar internamente o processo da Justiça do Rio de Janeiro que destituiu Ednaldo. Em dezembro passado, Fifa e Conmebol enviaram cartas sobre a visita e ameaçaram sanções em caso de descumprimento, que poderiam deixar a Seleção e clubes fora de competições internacionais. 

Assinaram a carta Kenny Jean-Marie, diretor de associações da Fifa, e Monserrat Jiménez Granda, vice-secretária geral da Conmebol. Alcino Reis, secretário-geral da CBF destituído junto com Ednaldo, foi o destinatário. Fifa e Conmebol não reconhecem a gestão de José Perdiz, presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), nomeado interventor pela 21ª Vara de Direito Privado do TJ-RJ.

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Fonte: Redação Terra
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