De ex-queridinho a vilão: Doria agora é malvisto pela CBF
Governador atendeu a um pedido do Ministério Público e suspendeu o futebol em São Paulo
Antes de ser eleito governador de São Paulo, João Doria era uma figura de presença corriqueira na sede da CBF, no Rio. Mantinha ótima relação com os ex-presidentes Marco Polo Del Nero e José Maria Marin e isso acabou fortalecendo seus laços com o atual mandatário da entidade, Rogério Caboclo. Mas, agora, a situação parece bem diferente.
Preocupado com o recrudescimento da pandemia de covid-19 no Estado, o governador tomou várias medidas restritivas (saiba mais aqui) nesta quinta-feira e uma delas diz respeito à paralisação dos jogos de futebol em território paulista. Vai ser assim por prazo indeterminado.
Diante da proximidade de um colapso na Saúde de São Paulo, em razão da disseminação do novo coronavírus, Doria reconheceu que sua decisão tende a ser impopular, mas não se curvou a pressões políticas para bater o martelo.
Na CBF, o clima era de contrariedade com a suspensão do futebol em São Paulo. Críticas a Doria foram feitas por alguns diretores da confederação em conversas por um grupo de Whatsapp. Numa delas, a qual o Terra teve acesso, um alto dirigente da CBF escreveu que “Doria é fraco”.
Ano passado, quando adotou a mesma medida, também por causa da covid-19, o governador já fora alvo de alguns ataques da CBF. Desta vez, os protestos devem se intensificar. Até porque a CBF garante ter um protocolo eficaz, seguido pela Federação Paulista de Futebol, para que jogos oficiais sejam disputados e insiste na tese de que o futebol, com rigor nos cuidados, está praticamente imune à propagação do vírus.