"De saco cheio", Neymar minimiza problemas judiciais
Em uma breve entrevista no Museu Pelé, antes de gravar os pés na calçada da fama do local, Neymar falou sobre diversos assuntos. Demonstrou serenidade ao comentar a saída de Robinho do Santos e até na hora de lamentar a eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa América, mas se incomodou com questões de bastidores.
Acionado tanto pela Justiça brasileira quanto pela espanhola por suspeitas acerca da transferência para o Barcelona, em maio de 2013, tanto o Santos quanto os fundos de investimento envolvidos na transação - DIS e Teisa - cobram do atleta, do pai e do clube catalão que paguem as porcentagens de direito sobre aquele que teria sido o real valor da negociação: 86,2 milhões de euros (R$ 224,4 milhões, na cotação da época), em vez dos R$ 44,2 milhões considerados inicialmente.
Visivelmente incomodado ao ser perguntado sobre o assunto, Neymar garantiu que a situação não o atrapalha dentro de campo, mas disse estar "de saco cheio".
"Meu negócio é jogar bola, que é a coisa que mais amo fazer. Isso não vai me atrapalhar. Estamos resolvendo já, meu pai está trabalhando para isso, e vamos continuar nos explicando. Uma hora, se a Justiça for verdadeira, vai dar tudo certo. A gente fica triste pelos acontecimentos, sim. De estar todo mundo enchendo o nosso saco, como está há um bom tempo, e chega uma hora que é chato, mas nunca vai me atrapalhar dentro de campo", assegurou o camisa 11 do Barcelona, que foi artilheiro da Liga dos Campeões ao lado de Lionel Messi e Cristiano Ronaldo na última temporada, em campanha que levou o clube catalão à conquista do Triplete, também com as taças da Copa do Rei e do Campeonato Espanhol.
Ao abordar a nova eliminação da Seleção Brasileira para o Paraguai nas quartas de final da Copa América, Neymar adotou tom contemporizador. Não deixou de lamentar, mas garantiu que o revés precoce servirá de aprendizado para desafios futuros. Também ressaltou a dificuldade da competição pelo crescente nível técnico dos adversários.
"Antes da Copa América eu falei que seria uma das mais difíceis que já existiu, pelo nível de igualdade entre todas as seleções. Eu nunca gosto de assistir jogo, ao vivo ou pela TV, porque sofro muito. Prefiro estar dentro de campo, mas infelizmente não pude ajudar meus companheiros. Claro que todo brasileiro queria a Seleção na final, mas aconteceu. Agora já passou, temos de levar como aprendizado para que a gente possa ir melhor nas próximas partidas e torneios", avaliou o camisa 10, que ficará fora dos primeiros dois compromissos da Seleção nas Eliminatórias do Mundial da Rússia por causa da punição que recebeu por atos após a partida contra a Colômbia na competição continental.
Na cidade onde foi revelado como atleta para o mundo, o craque também falou a respeito do ex-clube, e lamentou a saída de Robinho, que não renovará com o Santos provavelmente para acertar a ida ao futebol chinês. "É um ídolo. Foi meu ídolo, cresci no Santos vendo ele jogar. É ruim quando um ídolo vai embora, mas ele fez tudo que podia fazer pelo clube, quando usou a camisa do Santos suou até o final. Então a gente só tem a agradecer, quem é santista só tem a agradecer por tudo que ele fez aqui", exaltou.