Dorival excluído por jogadores, Neymar hipotético e a decadência da seleção
Eliminação do Brasil para o Uruguai, nos pênaltis, é preocupante não só pelos acontecimentos dentro das quatro linhas
Uma vitória em apenas quatro jogos. Foi essa a campanha da seleção brasileira na Copa América até ser eliminada, nos pênaltis, para o Uruguai.
Mesmo com um homem a mais desde os 28 minutos do 2º tempo, Dorival Jr. foi incapaz de encontrar soluções para resolver a partida nos 90 minutos. Quando o jogo se encaminhou para as penalidades, o técnico foi excluído da roda de conversa com seus próprios comandados.
Após a eliminação, ainda abalado, Dorival parecia abatido na coletiva de imprensa. A sensação era que o ciclo do treinador na seleção havia chegado ao fim, mesmo com pouco mais de seis meses de trabalho. Apesar disso, Ednaldo Pereira, presidente da CBF, garantiu a permanência do técnico até a Copa do Mundo de 2026.
A decisão, embora controversa, não surpreende. Porque o problema da seleção não está apenas nos atletas e quem ocupa o cargo de treinador. A discussão pode e deve ir além.
Os últimos dois técnicos da seleção, Fernando Diniz e Dorival, são os atuais campeões da Libertadores e Copa do Brasil, respectivamente, e nenhum dos dois se mostrou melhor do que Tite, que fracassou em duas Copas do Mundo, mas nadava de braçadas em solo sul-americano.
Outro tema revisitado após a queda na Copa América foi Neymar Jr. O atleta já deve estar recuperado da lesão no joelho esquerdo nos próximos compromissos da seleção, válidos pelas Eliminatórias, em setembro. Apesar do inigualável talento, o camisa 10 do Al-Hilal está parado há quase um ano. Em 2023, esteve em campo em apenas 17 jogos oficiais, e fez, em média, pouco mais de 30 jogos por ano, desde 2019. Será que ainda dá para confiar?
(*) Pietro Otsuka é repórter com experiência em rádio, televisão e internet.