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Entenda como o canto homofóbico contra o São Paulo pode fazer o Vasco ser punido

Após caso ser relatado na súmula do juiz, procuradoria do STJD tem até 60 dias para realizar denúncia; clube pode perder três pontos

26 ago 2019 - 13h53
(atualizado às 15h47)
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O canto homofóbico "time de v..." da torcida do Vasco na partida contra o São Paulo pode fazer o clube carioca ser punido com a perda de três pontos. Como o árbitro Anderson Daronco relatou o caso na súmula, a procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) deve fazer uma denúncia em até 60 dias.

A questão é nova no futebol brasileiro. Na última segunda-feira, o STJD recomendou que as atitudes preconceituosas passassem a ser relatadas nas súmulas. Os casos devem ser enquadrados no artigo 243-G do Código Disciplinar (praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência). Se o torcedor de algum clube realizar a infração, independentemente se estiver como mandante ou visitante, seu time poderá ser denunciado.

Em entrevista ao Estado, o vice-presidente administrativo do STJD, Ronaldo Piacente, explicou como será o procedimento. "O tribunal não age se não tiver denúncia. Se o procurador entender que teve infração disciplinar e denunciar, vamos analisar o caso. É uma questão nova, o tribunal vai ter de se aprofundar na matéria, porque tem muitos fatores a serem analisados", disse.

No jogo entre Vasco e São Paulo, o árbitro Anderson Daronco foi até o banco de reservas e pediu ao técnico Vanderlei Luxemburgo para que orientasse a torcida da equipe carioca a parar com as ofensas homofóbicas. O treinador e os jogadores fizeram gestos para que os torcedores parassem com os xingamentos.

Daronco relatou o caso na súmula. "Aos 19 minutos do segundo tempo, a partida foi paralisada para informar ao delegado do jogo e aos capitães de ambas as equipes a necessidade de não acontecer novamente e para informar no sistema de som do estádio o pedido para que os torcedores não gritassem mais palavras homofóbicas", diz o texto.

Em matéria publicada no último sábado, o Estado mostrou que a maioria dos clubes é contra receber punição por atitudes da torcida, mas prometeu realizar campanhas de conscientização para não correr o risco de possíveis penalidades. O Bahia foi o único time favorável à possível punição.

VEJA AS POSSÍVEIS PENAS

Suspensão: Se o ato for praticado por algum jogador ou membro da comissão técnica, a punição pode ser de cinco a dez partidas. Se o autor tiver outro cargo no clube, a pena prevista é de quatro meses a um ano de suspensão, além de multa de R$ 100,00 a R$ 100.000,00.

Perda de pontos: O artigo diz que caso a infração "seja praticada simultaneamente por um número considerável de pessoas vinculadas" a um mesmo clube, a punição será a perda de três pontos, independentemente do resultado da partida.

Punição dobrada: Caso o clube seja reincidente, perderá seis pontos.

Indivíduos: Os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva por no mínimo dois anos.

ÁRBITROS

De acordo com o STJD, todos os árbitros já foram orientados a prestar atenção, orientar técnicos e capitãoes e anotar na súmula qualquer manifestação homofóbica no futebol. Daronco foi o primeiro a fazer isso no jogo entre Vasco e São Paulo. Os clubes preparam campanhas para impedir que isso ocorra.

Estadão
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