Luxemburgo não fecha ouvidos ao São Paulo: "tenho direito"
Apesar de empregado, o técnico Vanderlei Luxemburgo não está fechado a receber novas propostas de trabalho. Em entrevista ao programa Bem, Amigos! do Sportv, o treinador do Flamengo citou o mercado europeu para justificar que não seria mercenário da sua parte ouvir uma proposta de trabalho do São Paulo, que demitiu na segunda-feira Muricy Ramalho do comando da equipe. O clube ainda cogita opções, e Luxemburgo é uma das ventiladas pela diretoria.
"Quando eu discuti meu contrato com o Flamengo, ficou bem claro que teria uma multa de ir e vir. Se ele não estiver satisfeito comigo, me manda embora. Se eu não estiver satisfeito, vou para outro lugar. Se eu tiver uma proposta de alguém, eu tenho direito de discutir uma proposta. Aceitar ou não é outra história. Qualquer um de nós tem direito de discutir. O que não pode é passar por mercenarismo. É simplesmente profissionalismo. Qualquer um tem o direito de ouvir o mercado profissionalmente", argumentou Luxemburgo.
Um dos treinadores mais vitoriosos da história do Campeonato Brasileiro, com cinco títulos conquistados, sendo quatro deles em clubes paulistas, Vanderlei jamais treinou o São Paulo. Pelo contrário, desenvolveu uma rivalidade grande graças ao sucesso em suas passagens vitoriosas por Palmeiras, Corinthians e Santos. Ainda assim, o técnico explicou que o casamento com o time tricolor paulista não ocorreu por coincidências.
"São Paulo e Inter são os dois grandes clubes que eu não trabalhei. Aqui eu tive uma rivalidade muito grande, trabalhei no Corinthians, Palmeiras e Santos. Palmeiras e São Paulo, naquela época de 1993 e 1994, tinham uma rivalidade muito grande. São Paulo com o Telê Santana e o Palmeiras com um grande time. Tenho até palestra que eu falo sobre comer um pouco um pedaço do bolo do São Paulo, defendendo o interesse do Palmeiras. O São Paulo quando me convidou, não tinha oportunidade. Ou eu estava empregado ou o São Paulo tinha um técnico", explicou.
Entretanto, a torcida do Flamengo, ao menos inicialmente, não tem motivos para ficar preocupada com uma eventual saída de Luxemburgo. O treinador garantiu ter uma boa relação com a atual diretoria do time rubro-negro, embora não tenha votado nela nas eleições do clube. Porém, não descartou que uma mudança de rumos pode acontecer num futuro não tão longíquo.
"Estou muito bem no Flamengo, tranquilo. Tenho uma afinidade com essa diretoria. Não foi nela que eu votei, votei contra. Votei a favor da Patrícia, por afinidade com ela, não os conhecia. Tenho contrato até o fim do ano. E não sei se também qualquer percalço que eu tiver pela frente eu vou ficar até o final do ano. É só o momento de mostrar que, se lá fora é desta forma, aqui não pode ser diferente. Tem que ter liberdade de negociar o contrato", concluiu o treinador, que já teve seu nome veiculado como um possível sucessor de Muricy Ramalho no São Paulo.