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Endrick se despede do Paulistão com 5º título pelo Palmeiras e 'segurando pressão' para Veiga

Com ida marcada para o Real Madrid no meio do ano, craque de 17 anos demonstra empenho no última decisão pelo clube e diz querer ser inspiração para garotos que sonham com futebol

7 abr 2024 - 21h00
(atualizado em 8/4/2024 às 07h51)
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Endrick e o Paulistão despediram-se um do outro neste domingo, dia 7, no Allianz Parque, quando o Palmeiras conquistou o Campeonato Paulista ao vencer o Santos por 2 a 0. O menino de 17 anos chega a cinco títulos com a camisa palmeirense, sem medo de assumir protagonismo quando precisou. Na decisão, Endrick não fez o jogo mais brilhante no torneio, mas participou no sacrifício, ainda tratando uma lesão na coxa direita.

A tensão da final em cenário adverso, já que a vantagem era santista, estava em Endrick. Com menos de 20 minutos, o camisa 9 pareceu vestir também a 10, tentando criar jogadas. Não funcionava contra um paredão da defesa santista. No primeiro choque com o muro, fez falta em Felipe Jonatan e esbravejou com o árbitro Raphael Claus. Novas reclamações lhe renderam um cartão amarelo.

O roteiro era avesso ao que Endrick acostumou torcedores e espectadores. Mas ele não desistiu. Se o caminho era insistir no choque, o atacante foi até o final para dividir com o goleiro João Paulo na área santista. A arbitragem ainda tinha dúvidas sobre o que marcar. Endrick tinha certeza: pegou a bola e aguardou na marca da cal, já aguentando a pressão dos adversários. Quando confirmado o pênalti, porém, Raphael Veiga tomou o brinquedo do menino como quem quisesse ensinar uma última lição antes do garoto ir para uma nova aventura.

São os últimos atos de Endrick no Palmeiras. Ele, por vezes, sente como se fosse o primeiro. "Antes de a gente subir (no gramado), parecia que era a primeira vez, minha primeira final, meu primeiro jogo aqui no Allianz. Meu primeiro jogo foi no sub-11. Isso aqui mudou minha carreira, minha vida, a vida da minha família", revelou. De alguma forma, ele também mudou o Palmeiras e uma geração de garotos que sonham em ser um Endrick. No clube, foram dois Paulistões, dois Brasileirões e uma Supercopa do Brasil.

O atacante não tem pretensão de ser ídolo nacional. É consciente que tem quem não goste dele. Ele quer mais. "Para os novos meninos, quero ser um novo ídolo. Quero ser uma pessoa que incentiva e que olhem para mim e pensem: 'se ele conseguiu, eu posso conseguir'", contou, como quem defende que ser inspiração é maior que ser unânime.

Endrick se despede aos poucos. Hoje foi do Paulistão. A cada despedida, contudo, ele se apresenta mais, exatamente como faz com o cumprimento que usa em comemorações de gols. "Até logo" ou "muito prazer", a saudação que for faz sentido para Endrick, um jovem que, mesmo no topo, troca o lugar de receber reverências por ser referência.

Estadão
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