FPF promete lutar para manter Paulista e cogita ir à Justiça
Contrariada por não poder realizar jogos durante fase emergencial, entidade estuda alternativas e vai recorrer à ajuda da CBF
A Federação Paulista de Futebol (FPF) promete não desistir da briga para manter o Campeonato Paulista na ativa pelas próximas semanas. Após o governo estadual e o Ministério Público (MP) terem vetado a realização de jogos no Estado até o dia 30 de março para evitar o aumento de casos de covid-19, a entidade reuniu os clubes nesta terça-feira para tomar uma decisão. O objetivo agora é acionar a CBF para conseguir um outro Estado para realizar as partidas. Caso não dê certo, o plano é acionar a Justiça.
Os 16 clubes participantes do Estadual, representantes dos sindicatos dos árbitros e dos técnicos e mais dirigentes da FPF fizeram uma reunião virtual. O encontro durou quase duas horas e terminou a com a decisão unânime de que o Campeonato Paulista não poderá parar. Em nota oficial, a FPF disse que vai buscar uma maneira de levar a disputa dos jogos para fora de São Paulo.
"A FPF está trabalhando em conjunto com a CBF, com outras Federações e autoridades locais para agendar as partidas em outros Estados", disse o texto. A primeira tentativa desse plano, porém, deu errado. O jogo entre São Bento e Palmeiras seria em Belo Horizonte nesta quarta. A partida acabou suspensa após o governo de Minas Gerais barrar a realização.
"Todos nós fomos unânimes em concluir que vamos brigar pela continuidade do campeonato. A primeira opção é procurar com a ajuda da CBF outros Estados. Será preciso obter autorização primeiramente dos governantes locais para não ter surpresas de novo, como foi em Minas Gerais", explicou ao Estadão o presidente do Santo André, Sidney Riquetto.
Se o plano de encontrar destino em outro Estado não der certo, a FPF promete levar o caso à Justiça. "Os clubes delegaram à FPF também a possibilidade de judicialização do caso para garantir a continuidade da competição no Estado de São Paulo neste período de Fase Emergencial", disse a entidade em nota.
O argumento da FPF e dos clubes em manter o Estadual se respalda na realização de testes contínuos e na adoção de protocolos de segurança. Para manter a realização do Campeonato Paulista mesmo durante a fase emergencial, a FPF propôs até criar um esquema de "bolha". Nesse formato, os elencos permaneceriam concentrados durante os 15 dias da fase emergencial e não teriam contato com outros ambientes e pessoas.
A FPF quer resolver logo o impasse, pois para o fim de semana está marcada a quinta rodada do torneio. "Os clubes topam fazer o sacrifício que for necessário para jogar. Se a Federação me indicar que a rodada será realizada, nós vamos viajar, mesmo que seja para longe. Isso será um sacrifício necessário para manter o campeonato", disse o presidente do Santo André.
As decisões apresentadas até agora não impactam nos treinos das equipes durante as próximas semanas. Os jogadores e comissão técnica ouviram da FPF a garantia de que não existe em impedimento em realizar atividades dentro dos respectivos centros de treinamento.