Presidente acalma Santos e promete diminuir dívida esse mês
Apesar da boa fase na temporada, a diretoria do Santos corre nos bastidores para cumprir com parte de sua promessa ao elenco, de quitar nos três primeiros meses do ano todos os salários atrasados pendentes, heranças da última gestão clube.
Apesar de ter pago os recebimentos pendentes registrados em CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas), além do 13º salário, o clube ainda deve quatro meses de direitos de imagem, a maior fatia dos ganhos dos atletas.
A promessa aos líderes do elenco é de pagamento ainda neste mês. Os dirigentes têm se reunido constantemente para dar satisfações e evitar um mal-estar na equipe, invicta no ano, classificada com cinco rodadas de antecipação no Campeonato Paulista, além de fazer a melhor campanha até então na competição.
"O presidente (Modesto Roma Júnior), na chegada e apresentação do grupo, falou que ia fazer de tudo para acertar nestes três meses. Infelizmente, ainda estão faltando os direitos de imagem. Ele já falou isso para a imprensa, mas estou vendo um esforço muito grande dele e de toda a diretoria. A gente está vendo e reconhecendo, ele tem passado as informações. Não podemos falar para vocês, mas eles vão acertar. Tem já coisa desse mês, deve sair a imagem desse mês, o primeiro que está atrasado, e a gente está tendo paciência com ele. Confiamos nessa diretoria porque vemos nos olhos deles que eles vão fazer o possível para acertar isso aí. Infelizmente tem esse atraso no salário de imagem, a carteira está tudo certo", disse o zagueiro David Braz, um dos líderes do atual elenco, em entrevista ao Terra.
Modesto utilizou o primeiro dia de trabalhos dos jogadores na temporada, em 8 de janeiro, no CT Rei Pelé, para apaziguar os ânimos. O mandatário se reuniu com os atletas para dar justificativas sobre os atrasados e prometeu realizar já no dia seguinte o pagamento dos salários de outubro e novembro em carteira.
O dirigente ainda negociou com os líderes do elenco. Pediu três meses para conseguir quitar o restante da dívida: os direitos de imagem, o salário de dezembro, o 13º salário e férias. Além disso, prometeu pagar sempre em dia ao longo dos seus três anos de gestão.
Os mesmos, no entanto, só foram pagos quatro dias depois, por meio de um aporte financeiro do ex-presidente Marcelo Teixeira, influente apoiador da campanha do atual presidente. Posteriormente, o clube quitou os salários restantes.
O primeiro mês do ano, por sinal, levou o Santos a enfrentar uma debandada judicial com uma série de ações trabalhistas dos principais jogadores do elenco. O lateral esquerdo Mena, o volante Arouca e o goleiro Aranha deixaram o clube após acordos na Justiça. Na sequência, foi a vez de Leandro Damião, já emprestado ao Cruzeiro, ingressar com um processo, único ainda em aberto.
"(O que me fez ficar) foi a tradição, respeito muito o Santos. Essa crise financeira não é o histórico do Santos. Antes de vir eu peguei essa informação, todos os jogadores falam muito bem do clube. Infelizmente, é algo que acontece em todos os clubes, passei por outros grandes clubes que também passaram por isso, também, mas, como disse, confio nessa diretoria e o Santos é muito grande para passar por cima de tudo isso", afirmou Braz.
O Santos citou por várias vezes preocupação com a herança dos últimos cinco anos de gestão, alegando ter herdado um rombo de R$ 120 milhões somente neste ano somando verbas já comprometidas e dívidas.
O clube precisou enxugar a folha salarial em meio a pior crise financeira de sua história recente. O processo que contou com a não renovação contratual com uma série nomes do elenco que terminou o ano, além de empréstimos e cessões de atletas. O Santos também diminuiu despesas ao optar pela manutenção do auxiliar Marcelo Fernandes no lugar de Enderson Moreira como técnico.