Ricardo Oliveira vence desconfiança e faz Santos temer saída
O centroavante Ricardo Oliveira fez da atuação na vitória por 2 a 1 no clássico contra o Palmeiras, nesta quarta-feira, a confirmação de sua redenção no Santos. O camisa 9, que teve início contestado sob a sombra de um jejum, chegou ao terceiro gol nas duas últimas partidas, já é visto como peça fundamental na equipe e faz, inclusive, o clube temer por sua permanência após o fim do contrato risco, que se encerra em maio.
"Vou pedir para renovarem (o seu contrato). O que ele faz no dia a dia dá uma sintonia muito grande", disse o técnico interino Marcelo Fernandes.
"Demorou a acontecer isso com ele. Ele veio dos Emirados Árabes, depois de jogar muito tempo por lá, e muitas pessoas duvidaram. Os treinamentos dele, desde o primeiro dia, foram maravilhosos. É um excelente jogador, um excelente caráter e quem ganha com isso é o Santos", completou o treinador.
O Terra apurou que o clube já tentou iniciar conversas para prorrogar o vínculo, mas ouviu uma negativa inicial de seu estafe, que alega não ter pressa. O jogador, atualmente, ganha R$ 50 mil mensais e recebe constantemente consultas informais de outras equipes.
Oliveira sofreu rejeição no início, principalmente, pela falta de gols e, posteriormente, a sombra de Gabriel Barbosa, artilheiro da equipe no último ano, com 21 gols. O veterano sempre minimizou a briga e disse, inclusive, desfrutar de ótima relação com o concorrente, a quem distribui aconselhamentos em campo.
O camisa 9, no entanto, começa a se valorizar. Igualou Robinho como artilheiro da equipe na temporada, com quatro gols, e tem números interessantes no início de ano.
É, de acordo com o Footstats, o principal finalizador do Santos, com 28 chutes a gol em nove partidas, sendo 11 certas, 39,3% de aproveitamento no quesito. Ainda tem como virtude as assistências para gol e finalizações, a última para o primeiro da equipe no clássico, marcado pelo volante Renato.
No período de seca foi bancado por Enderson Moreira sob alegação de ser um "jogador tático", de entrega pela equipe, papel não executado por Gabigol. De fato, Oliveira foi quem mais matou jogadas, 18.
Nos bastidores, além de ser visto como um atleta bom de grupo, apresentou um dos melhores desempenhos nas avaliações de pré-temporada. Até agora, atuou em todos os jogos do ano. É responsável também por liderar alguns cultos internos que conta com as presenças de Robinho, Geuvânio, Lucas Lima e outros atletas.
"Penso em jogo após jogo, o meu objetivo é sempre o próximo jogo. Já deixei claro que não é a minha preocupação (a renovação), não vim para cá passar o meu tempo e, coletivamente, estou realizando um grande trabalho, conquistando objetivos", disse o jogador.
Oliveira começa a justificar o discurso otimista desde a sua apresentação e já faz o Santos pensar em abrir os cofres para mantê-lo.