Técnico caseiro e atletas conhecidos pautam sucesso mirassolense
Não há segredo na boa campanha realizada pelo Mirassol em seu quarto ano consecutivo na elite do futebol paulista. O sucesso da equipe interiorana, que já esteve na liderança e agora aparece atrás apenas do Corinthians, está ligado a um treinador que nasceu na cidade e recebeu autonomia para montar com antecedência o grupo que queria.
Ivan Baitello começou a carreira como volante, no próprio Mirassol, e passou por América-SP, União São João, Araçatuba, Inter de Bebedouro, Chapecoense-RS e Tuna Luso-PA antes de, em virtude de uma hérnia de disco, parar de jogar profissionalmente aos 28 anos para se dedicar à faculdade de fisioterapia e à função de técnico.
Depois de passar pelo sub-15 e o profissional do Mirassol, ele treinou o sub-20 do São Caetano de 2005 até a metade de 2007, quando então foi convidado a coordenar toda a base do clube do ABC paulista e ser assistente do profissional. Na nova função, comandou interinamente a equipe de cima em jogos de Série B do Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e Paulista.
"Estava bem adaptado ao São Caetano, com boa condição de trabalho e a família toda morando lá. Voltei a Mirassol para entrar de vez nesse cenário de treinador e tentar conquistar meu espaço. A primeira situação colocada foi de que eu teria autonomia para definir grupo, programação, hotel. A diretoria foi bem solícita", destaca Baitello, 37 anos.
O elenco - que conta com jogadores como o lateral direito Fabinho Capixaba e o meia esquerda Xuxa - estava fechado em 3 de janeiro, passados dois meses da volta do treinador a Mirassol. "Tivemos preocupação de trazer atletas que já tivessem vivenciado essa competição. Nosso time tem um certo grau de experiência, são jogadores que disputaram duas ou três vezes o Campeonato Paulista e que principalmente não têm histórico de lesão na carreira", explica.
Rebaixamento esquecido
Nas rodas de conversa em Mirassol, o assunto da vez é obviamente o "bem arrumadinho" time da cidade. Armado geralmente no esquema tático 4-2-2-2, com pequenas variações de acordo com o adversário - como recuar um volante para fazer a função de terceiro zagueiro -, ele deixou rapidamente de ser azarão e de ter como meta principal se garantir na primeira divisão.As únicas derrotas em 11 rodadas foram para Palmeiras e Santos, o que levou a equipe a atingir, sem maiores dificuldades, o primeiro objetivo traçado. "Calculamos que, com 21 ou 22 pontos, já estaríamos livres do rebaixamento. Agora estamos pensando um pouquinho mais longe, com os pés no chão. Com 29 ou 30 pontos, acho que nos classificamos entre os oito", diz Baitello.