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EUA x Irã: rompidos desde 1979, países se enfrentam para decidir quem avança às oitavas da Copa

Com relação diplomática deteriorada, seleções entram em campo pelo Grupo B por uma vaga na próxima fase

29 nov 2022 - 05h11
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Estados Unidos x Irã se enfrentam nesta terça-feira, às 16h, no Estádio Al Thumama, por uma vaga nas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar. A partida, válida pelo Grupo B, vai colocar em lados opostos dois países que vivem em tensão há mais de 40 anos. Os iranianos estão na segunda colocação, com 3 pontos, enquanto os americanos vêm logo atrás, com 2. Quem vencer, avança.

A relação entre os países deteriorou-se em 1979, desde a revolução que derrubou o xá Reza Pahlevi e impôs um regime teocrático, colocando no poder líderes muçulmanos xiitas. Desde que romperam relações diplomáticas, houve muita tensão em vários momentos, como o cativeiro a que foram submetidos 52 diplomatas que trabalhavam na embaixada americana, em Teerã. Ficaram detidos durante catorze meses por estudantes ligados ao governo revolucionário. Mesmo depois da sua liberação, os EUA impuseram um embargo econômico considerado injusto pelo Irã.

Quase sempre em lados antagônicos, em relação a quase todos os assuntos, essa disputa também respinga para o mundo do futebol. No último domingo, a federação iraniana de futebol protestou na Fifa contra uma publicação no Instagram da entidade americana. O motivo: a bandeira do Irã apareceu sem o símbolo da República Islâmica. A ação teria sido um protesto por parte dos americanos contra a violenta reação do governo iraniano às manifestações que ocorrem no país árabe.

Desde a morte da jovem Mahsa Amiri, detida pela polícia religiosa iraniana, em setembro, por não cobrir seus cabelos adequadamente com um véu, diversos protestos se insurgiram no país contra o regime do país. Cerca de 500 pessoas já morreram e outras 15 mil pessoas foram presas. Como o Irã fica muito próximo ao Catar, claro que este clima de contestação chegou também ao país. No primeiro jogo dos iranianos, contra a Inglaterra, os jogadores se recusaram a cantar o hino nacional. Enquanto isso, nas arquibancadas e imediações do estádio Khalifa, dezenas de mulheres vestiam camisetas pedindo liberdade.

Em vários momentos daquele jogo, era possível ouvir os gritos de "Azadi" ("Liberdade", em persa). As manifestações se repetiram no segundo jogo do Irã, contra o País de Gales, no estádio Ahmed Bin Ali, mas com uma diferença: agentes a favor do governo iraniano, disfarçados de torcedores, hostilizaram e ameaçaram os manifestantes. O clima também deverá ser tenso nos arredores do estádio Al-Thumama. Com uma grande comunidade de imigrantes iranianos, os Estados Unidos apoiam o movimento contra o regime dos aiatolás.

O cenário é bem diferente do que se viu no Mundial de 1998, na França, quando as seleções se enfrentaram pela primeira vez em uma Copa do Mundo, no estádio Gerland, em Lyon, pela fase de grupos. Logo depois da entrada das duas equipes no gramado, os iranianos ofereceram flores aos adversários daquele dia. E as duas equipes posaram juntas para fotos, em um clima de camaradagem.

Naquele dia, o Irã fez 2 a 0 de vantagem. Faltando três minutos para o jogo acabar, os americanos descontaram. "Aquela foi a primeira vitória de uma seleção iraniana em uma Copa do Mundo ", lembrou Mehdi Mahdavikia, autor de um dos gols, em uma entrevista à agência de notícias Reuters. "Pelo impacto que teve em nosso país, foi o gol mais importante da minha carreira."

Como será, quando as equipes entrarem em campo nesta terça-feira? Dependendo do português Carlos Queiroz, o técnico do Irã, apenas um bom jogo de futebol disputado com respeito e lealdade. "Espero que esses eventos que cercam esta Copa do Mundo sejam uma lição para todos nós no futuro, temos que aprender que nossa missão é criar entretenimento e por 90 minutos fazer as pessoas felizes", disse Queiroz, na sua entrevista coletiva antes da partida. "Acima de tudo estamos aqui no Catar para jogar futebol."

Os iranianos terão um desfalque certo. Alireza Jahanbakhsh recebeu seu segundo cartão amarelo contra País de Gales e está suspenso. A presença do habilidoso Azmoun ainda é incerta, mas a comissão técnica tem feito de tudo para ele estar em campo. O goleiro titular Alireza Beiranvand, que foi substituído no jogo contra Gales depois de bater forte a cabeça e ficar zonzo, também poderá voltar. Nos Estados Unidos, o técnico Greg Berhalter tem todos os inscritos à sua disposição.

FICHA TÉCNICA

IRÃ x EUA

IRÃ: H Hosseini; Rezaeian, Majid Hosseini, Pouraliganji, Mohammadi; Ali Gholizadeh, Nourollahi, Ezatolahi, Hajsafi; Taremi, Azmoun. Técnico: Carlos Queiroz.

EUA: Turner; Sergiño Dest, Zimmerman, Ream, Robinson; Adams, Musah, McKennie; Pulisic, Weah, Wright. Técnico: Greg Berhalter

ÁRBITRO: Antonio Mateu Lahoz (ESP)

HORÁRIO: 16h (horário de Brasília)

LOCAL: Estádio Al Thumama, Doha

Estadão
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