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Feijó nega sujeição a Del Nero e afirma operação na Câmara

Candidato a presidente da CBF pediu apoio ao presidente do Congresso, deputado Arthur Lira

10 mar 2022 - 11h16
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Ex-prefeito de Boca da Mata (AL), ex-presidente da Federação Alagoana de Futebol e ex-vice da CBF, Gustavo Feijó disse ao Terra que não é pupilo de Marco Polo Del Nero, contestando a reportagem publicada na quarta-feira (9) pelo portal. Feijó vai se candidatar ao cargo máximo do futebol nacional e, para tanto, pediu o apoio do presidente da Câmara, deputado Arthur  Lira, seu conterrâneo de Alagoas.

“Amigos ajudam amigos. Sou amigo de Arthur Lira e não vejo nada de mais nisso”, declarou. O parlamentar estaria entrando em contato com governadores a fim de que pressionassem as federações de seus respectivos Estados a votar em Feijó. A disputa inclui o presidente interino da CBF, Ednaldo Rodrigues, favorito na eleição que deve ocorrer até meados de abril.

CBF vive momento pré-eleitoral
CBF vive momento pré-eleitoral
Foto: Sílvio Alves Barsetti

Sobre sua relação com Del Nero, que comandou a CBF de 2015 a 2017, Feijó rebateu a afirmação de que articulam juntos os rumos da entidade. “Quanto ao Del Nero, está havendo um jogo de queimação. Ele só me fez sacanagem, não aceito ser associado a um banido do futebol.”

Feijó mora num apartamento no mesmo condomínio de Del Nero, o Les Residences Saint Tropez, na Barra da Tijuca, perto da sede da CBF, e os dois costumam tomar café juntos – entre sábados e terças-feiras, dias em que o ex-dirigente banido pela Fifa em 2018, por escândalos de corrupção, está no Rio - o banimento depois foi substituído por suspensão até 2037. Curiosamente, o imóvel ocupado por Feijó já pertenceu a Del Nero.

Os dois também se entendem em jogos de baralho, embora Feijó garanta que não participa mais das sessões semanais de carteado na cobertura de Del Nero.

A tentativa de se desvincular publicamente do ex-todo-poderoso da CBF esbarra em outras situações. A atual diretoria da confederação é praticamente a mesma nomeada por Del Nero anos atrás. Todos ali são gratos ao ex-presidente. Dino Gentile, por exemplo, que até segunda-feira (7) era diretor de Patrimônio (acabou demitido no mesmo dia), sempre foi um fiel seguidor de Del Nero na entidade e não desgruda de Feijó. Esta semana, por exemplo, os dois estiveram juntos num restaurante italiano na Barra da Tijuca.

Em janeiro, Feijó foi declarado inelegível por oito anos pela Justiça eleitoral de Alagoas, por abuso de poder. Ele recorreu da decisão. Meses atrás, ganhou do então presidente da CBF Rogério Caboclo uma tarefa: atuar como um típico diretor de seleções para ficar de olho no trabalho de Tite e seus auxiliares. O técnico, desde então, reclama bastante com seus pares de que a presença de Feijó na Seleção não traz benefício nenhum para o grupo.

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