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Félix superou desconfiança em 1970 e brigou por ajuda a ex-jogadores

24 ago 2012 - 12h46
(atualizado às 14h07)
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A Seleção Brasileira de 1970 é lembrada em todo o mundo como um dos maiores times de todos os tempos. Campeã após vencer os seis jogos disputados, a equipe atuava de forma ofensiva e contava com craques como Pelé, Tostão, Rivelino e Jairzinho. No gol, Félix, ex-atleta que morreu nesta sexta-feira, considerado um "patinho feio" daquele esquadrão.

Félix Mielli Venerando, que nasceu em 24 de dezembro de 1937, em São Paulo, vestia as cores do Fluminense quando foi convocado para ser o camisa 1 da Seleção na Copa de 70. Conhecido como "Papel", por ser muito magro, ele tinha 1,79 m, altura baixa para um goleiro.

Antes do Fluminense, passou pela Portuguesa, clube no qual defendeu por 13 anos. Pela equipe paulista, vestiu a camisa do Brasil pela primeira vez. A estreia aconteceu em 1965, na vitória sobre a Hungria por 5 a 3.

Apesar de não contar com a confiança de mídia e torcida, Félix foi titular absoluto durante toda a campanha da equipe, tendo entrado em campo em todos os jogos das eliminatórias e nos seis duelos que fizeram da Seleção a primeira tricampeã mundial.

A grande atuação do goleiro na competição aconteceu na vitória por 1 a 0 sobre a Inglaterra, time que havia sido campeão em 1966. Entretanto, muitos lembram-se apenas da defesa do inglês Gordon Banks em cabeçada de Pelé, lance este que ficou marcado como o mais bonito de todos os Mundiais.

Félix ainda defendeu o Fluminense até 1976, quando encerrou a carreira aos 38 anos. No time carioca, conquistou os Cariocas de 1969, 1971, 1973, 1975 e 1976, além do Roberto Gomes Pedrosa em 1970. Ao todo, foram 319 jogos pelo clube carioca, sendo que, em 136, ele deixou o campo sem sofrer gols.

O então ex-jogador ainda seguiu por alguns anos no futebol, como preparador de goleiros do Fluminense e treinador de Botafogo e Madureira. Além disso, Félix foi diretor comercial de uma funilaria.

Em 2007, ainda voltou ao esporte que o consagrou e foi diretor técnico da Inter de Limeira. Os últimos anos de vida foram marcados, entretanto, por uma luta para uma ajuda financeira aos campeões mundiais. Por essa razão, criticou o então presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo Teixeira, e até o ex-companheiro Tostão, que não se posicionou a favor dos atletas.

Depois de cerca de seis anos clamando por auxílio, o Governo Federal anunciou no começo de junho que os jogadores campeões mundiais em 1958, 1962 e 1970 receberão R$ 100 mil, quantia essa que deve ser paga em 2013. Entretanto, um plano de saúde, reivindicação do ex-goleiro, ainda não foi disponibilizado pela CBF ou pelo Governo Federal.

No momento em que o anúncio da ajuda chegou, Félix já sofria de enfisema pulmonar e precisava passar por tratamento diário para receber oxigênio. Nesta sexta, o ex-atleta, que estava internado a seis dias, faleceu na mesma cidade de nascimento.

Goleiro atuou em todas as partidas das eliminatórias e da Copa do Mundo de 1970
Goleiro atuou em todas as partidas das eliminatórias e da Copa do Mundo de 1970
Foto: CBF / Divulgação
Fonte: Terra
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