Fla 2 x 1 Chapecoense: quando o VAR não serve para nada
Muita gente aprova o recurso do árbitro de vídeo (VAR) para tirar dúvidas de lances decisivos no futebol. Também é grande o número de quem contesta a sua eficácia. No fim de semana do Campeonato Brasileiro, o confronto entre Flamengo e Chapecoense, domingo, no Maracanã, evidenciou mais uma vez as polêmicas que ainda cercam o trabalho do árbitro de vídeo no País.
O Flamengo jogou melhor e venceu por 2 a 1. A princípio, não houve irregularidade nos gols. Mas a omissão do árbitro em campo, Jean Pierre Gonçalves Lima (RS), com a aparente anuência do VAR, prejudicou a Chapecoense.
A partida estava ainda no início quando o time carioca fez 1 a 0, num gol de Vitinho. Parte da equipe de Chapecó pediu impedimento na jogada e sugeriu a Jean Pierre que houvesse uma consulta ao árbitro de vídeo, o que não ocorreu. Na situação, pode ser que o VAR tenha se comunicado com Jean Pierre e confirmado a legalidade do lance.
Pouco depois, numa falta na intermediária a favor dos visitantes, o meia Diego, então na barreira, se antecipou à cobrança com um salto e interceptou a bola com o braço. Lance claro de cartão amarelo.
No caso, como Diego já havia recebido o cartão da mesma cor um pouco antes, ele teria de ser expulso. Jean Pierre mandou repetir a cobrança e se omitiu.
Com os teipes da jogada à disposição, a equipe do VAR não intercedeu e deixou o jogo seguir – em situações que tratem da aplicação de cartões, só deve realmente se manifestar para sugerir a expulsão direta de algum atleta. No exemplo acima, agiu dentro das normas estabelecidas pela Fifa, apesar de isso não satisfazer à expectativa de muitos que assistem ao jogo e defendem uma arbitragem correta.
Ainda no primeiro tempo, Bruno Pacheco teve um choque com Lincoln na área e Jean Pierre marcou pênalti para o Flamengo. Dá para observar na reprise do lance que o jogador da Chapecoense tocou primeiro na bola antes de acertar o adversário. Havia, portanto, uma dúvida: foi ou não pênalti?
Mais uma vez, Jean Pierre tomou a decisão sem sequer consultar o VAR. Na cobrança, Diego, que já não devia estar em campo, chutou mal e o goleiro Tiepo fez a defesa.
Para completar, houve um toque de braço (na bola) do zagueiro Gum, da Chapecoense, dentro da área, após uma finalização de cabeça de Lincoln. Caberia a Jean Pierre, com o auxílio do VAR, verificar se o corte de Gum caracterizaria pênalti a favor do Flamengo. O que ele fez? Nada. A questão que fica no ar é saber se o VAR concordou ou não com todos esses procedimentos ou se foi ignorado.