Fla briga com CBF, Seleção, Liga, e demais clubes da Série A
Time rubro-negro se isola cada vez mais na busca pelo protagonismo do futebol brasileiro
Sem entrar no mérito de ter ou não razão no embate recente com a CBF e a Seleção Brasileira, a verdade é que o Flamengo segue firme em sentido contrário ao dos demais clubes da elite nacional. O time rubro-negro acumula nas últimas semanas divergências com a confederação, a equipe dirigida por Tite, a embrionária liga de clubes e todos os seus coirmãos da Primeira Divisão.
Passa, assim, a imagem de rolo compressor fora de campo – com a bola rolando, a expressão até que cai bem para o time, tecnicamente o melhor do País e dono de vitórias expressivas notadamente desde a chegada de Renato Gaúcho, em julho.
Os embates públicos do Flamengo dividem a opinião de muitos torcedores. Há evidentemente os que aplaudem os arroubos do presidente Rodolfo Landim e de sua diretoria, principalmente no momento em que o clube dá pistas de que vai conseguir mais títulos no futebol até o final do ano.
Mas existem os que se perguntam se Landim estaria repetindo no Flamengo o que Eurico Miranda fez por muitos anos no Vasco. Em nome de uma defesa intransigente dos interesses de seu clube, o ex-dirigente, que morreu em 2019, acabou associando a imagem do Vasco a uma antipatia crescente e duradoura do torcedor, em geral.
Credita-se a ele, hoje, uma parte da responsabilidade pela queda do número de vascaínos verificada em pesquisas realizadas nos últimos anos.
A briga do Flamengo com a CBF e a Seleção se deu depois de o time rubro-negro receber o comunicado de que teria jogos do Brasileiro adiados em razão da convocação de alguns de seus jogadores para compromissos nas eliminatórias do Mundial do Catar. A confederação voltou atrás, pressionada pelos demais clubes da Série A, que não aceitam que a competição seja esticada até o final de dezembro.
Tanto os clubes da Série A quanto os da B estão apalavrados para a consolidação de uma liga nacional, que vê nas atitudes do Flamengo um entrave para a união. Foi do clube da Gávea também o primeiro passo, isolado, para a liberação da volta do público aos estádios, numa ação que contrariou acordo de que esse acesso teria de se dar concomitantemente a todos.