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Futebol brasileiro vive pandemia de violência

Distúrbios se generalizam e, nesse caso, ainda não há “vacina” que dê jeito

22 ago 2022 - 07h07
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Agressões gratuitas por todos os lados, emboscadas, socos, pontapés, tiros, arremesso de pedras e objetos cortantes, golpes de faca, uso de ferros pontiagudos, lançamento de rojões, etc. Tem sido assim a rotina do futebol brasileiro em 2022, mais especificamente dentro e fora dos estádios em jogos de pequeno, médio e grande apelo popular.

Já são mais de uma centena de casos neste ano, segundo levantamento da reportagem do Terra. Quase todos relacionados a torcidas organizadas. Atos de selvageria como os que se viram nesse domingo entre os próprios torcedores do Grêmio, durante jogo com o Cruzeiro pela Série B, em Porto Alegre. Rivais de facções gremistas se enfrentaram como num ringue e houve até o uso de bambus para a consumação das agressões.

Violência entre torcedores do Grêmio paralisou duas vezes jogo contra o Cruzeiro, em Porto Alegre
Violência entre torcedores do Grêmio paralisou duas vezes jogo contra o Cruzeiro, em Porto Alegre
Foto: Reprodução

As imagens da TV mostraram crianças e adolescentes acuados, sem saber para onde correr diante do embate. Alguns pularam da arquibancada para a área de acesso ao campo da Arena do Grêmio. Em razão do tumulto, o jogo foi paralisado duas vezes.

Mais tarde, um vídeo circulou pelas redes sociais com o linchamento de um torcedor do Flamengo que foi ver seu time jogar contra o Palmeiras na torcida do adversário. A princípio, parece que ele vestia a camisa rubro-negra por baixo de um agasalho. Descoberto, levou socos no rosto, foi espancado em plena arquibancada do Allianz Parque, também nesse domingo.

Já em Campinas, torcedores de São Paulo e Santos, que jogaram na Vila Belmiro, no litoral santista, protagonizaram momentos de pânico pelas ruas da cidade horas antes do início da partida, nesse domingo. Uma pessoa foi internada com ferimentos graves. Os baderneiros usaram barras de ferro na briga que tomou conta de uma avenida de Campinas. O enfrentamento teria sido marcado por meio de redes sociais.

No rastro desse ambiente de ameaças e riscos à integridade física, o atacante Hulk, do Atlético-MG, disse que estava com receio de sair de casa após a derrota do Galo por 1 a 0 para o Goiás, no sábado, em Minas. Como jogou mal, temia alguma represália da própria torcida do time. Foi por causa de situações assim que Willian resolveu abandonar o Corinthians dias atrás. Não tolerava mais se ver refém do humor de parte dos torcedores do clube, que chegaram a ameaçá-lo e à sua família por causa do rendimento na equipe.

Fagner, outro do Corinthians, passou por problema idêntico na semana passada. A agressividade, movida pela intolerância, já havia provocado um episódio triste na noite da última quarta-feira, em Curitiba, quando, inconformados com a eliminação do Athletico-PR na Copa do Brasil, torcedores da equipe expulsaram uma família de flamenguistas, com crianças no meio, de um restaurante da cidade, próximo da Arena da Baixada. Empunhavam palavras de ordem, pareciam fora de si, e por pouco o incidente não terminou em tragédia.

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