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Futebol feminino

Ex-capitã da seleção inglesa revela baixo salário que recebia no Arsenal

Steph Houghton ainda trabalhava como treinadora e embaixadora na época

6 nov 2024 - 16h07
(atualizado às 16h32)
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Steph Houghton foi capitã da seleção da Inglaterra
Steph Houghton foi capitã da seleção da Inglaterra
Foto: Reprodução/Instagram/Steph Houghton

Steph Houghton foi um dos nomes do futebol feminino britânico nos últimos anos. Mesmo com a honra de ser capitã da seleção inglesa entre 2014 e 2021 e com passagens por clubes como Arsenal e Manchester City, a zagueira viveu momentos de dificuldade ao longo de sua trajetória.

Aposentada dos gramados desde março deste ano, a hoje ex-atleta chocou os fãs de futebol ao revelar o baixo salário que tinha mesmo no auge da carreira. Em 2014, na época ainda vestindo a camisa dos Gunners, a defensora recebia um pagamento anual de 4 mil libras (R$ 29,3 mil, na cotação atual). Ainda segunda ela, o montante aumentava para 9 mil libras (R$ 66 mil), caso considerasse o trabalho extra de meio período como treinadora e a função de embaixadora do clube.

Em entrevista ao portal britânico The Guardian, Houghton explicou que, inicialmente, pensava apenas nas conquistas esportivas, sem que se importasse com os valores. Recentemente, ela lançou uma autobiografia contando detalhes da trajetória no esporte.

“Coloquei esses números no livro porque queria que as pessoas soubessem de onde viemos e onde estamos agora. O Arsenal era o melhor clube da Inglaterra e esse era o nível deles. O dinheiro nunca foi realmente um motivador para mim. Era apenas sobre jogar pelo Arsenal e ganhar troféus”, falou ao site.

Tudo começou a mudar quando a zagueira percebeu a injustiça na grande diferença salarial entre homens e mulheres no futebol inglês. Uma das pessoas que participou na virada de chave na vida da atleta foi Matthew Buck, empresário e, de certa forma, conselheiro no tema. 

“Quando olhei para o que [os homens da Inglaterra] estavam recebendo em acordos comerciais, isso realmente abriu meus olhos”, diz Houghton. “Os homens e as mulheres jogam pelas seleções nacionais do mesmo país e, ainda assim, estão ganhando 15 vezes mais do que nós. Como isso é justo? Eu fiquei com a boca na botija e pensei: 'OK, precisamos fazer algo sobre isso’”, explicou.

Na época, Houghton deixou o Arsenal e se juntou ao Manchester City. Além da melhoria própria no salário, a atleta participou ativamente de uma mudança no futebol local. Em 2015, por exemplo, as jogadoras inglesas receberam bônus por participação na Copa do Mundo, quando terminaram a competição na terceira colocação.

“É disso que provavelmente mais me orgulho em termos do que fizemos fora do campo, mudar a forma como as empresas pensavam em nós como atletas e impedi-las de tirar sarro”, completou.

Fonte: Redação Terra
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