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Futebol feminino

Olimpíadas 2024: Marta chora, descarta jogar Copa no Brasil e fala em 'resgate de orgulho'

Medalha de prata em Paris-2024 é o último ato da camisa 10 com a camisa da seleção brasileira, 22 anos após primeira convocação

10 ago 2024 - 16h07
(atualizado às 16h07)
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PARIS - Após a conquista de sua terceira medalha de prata em Jogos Olímpicos, Marta "chorou de alegria", falou que ajudar a levar a seleção brasileira feminina de futebol ao pódio na capital francesa representa "resgatar o orgulho" da modalidade no País e descartou atuar na Copa do Mundo de 2027, que terá o Brasil como sede. "Vou estar na arquibancada, aplaudindo as meninas", diz, emocionada.

Fora das últimas duas partidas das Olimpíadas, cumprindo suspensão pelo cartão vermelho recebido no jogo com a Espanha, Marta começou a final no banco de reservas. "Marta tem que jogar, Marta não tem que jogar a final". Ela entrou no lugar de Ludmila - que era a melhor em campo pelo lado do Brasil - aos 15 minutos do segundo tempo. Nesse último ato, ela abriu caminho para a nova geração.

Em campo, Marta, de fato, assumiu o papel de protagonismo de Ludmila em campo, recendo os principais passes e sendo responsável pela articulação de algumas jogadas. Mas com o placar favorável, os Estados Unidos se fecharam e montaram um sistema defensivo que bloqueou as ações da experiente jogadora brasileira.

Quando a arbitragem apontou o centro de campo e determinou a derrota brasileira, Marta foi quem mais sentiu o baque. Foi a terceira derrota da jogadora de 38 anos em uma final olímpica. Todas contra os EUA: Atenas-2004, Pequim-2008 e Paris-2024.

Rivais que reconheceram a grandeza de Marta antes mesmo da final. Seis prêmios de melhor do mundo, para uma jovem que começou sua jornada em 1999, no CSA de Alagoas. Foi na seleção onde brilhou e que carregou a evolução da modalidade no País ao longo dos anos. A terceira medalha de prata marca um fim do ciclo da camisa 10 nos Jogos Olímpicos.

Depois que o Brasil ganhou a candidatura da Fifa para sediar a competição, a atleta repensou disputar, mas optou, também pela idade, em ceder o espaço para a nova geração. Assim como o ouro olímpico inédito - que não veio -, pode ir em busca do primeiro título mundial para o País. Ficou a um gol de Cristiane, com a artilharia histórica dos Jogos - marcou 13, desde Atenas-2004 -, mas isso não diminui os feitos da brasileira.

Dois ouros em Pan-Americanos, três conquistas da Copa América, três medalhas de prata olímpicas e um vice-campeonato mundial. Depois de 119 gols pela seleção, por pouco não pôde se despedir do País dentro de campo: em Paris, os dois jogos de suspensão poderiam ter abreviado a sua passagem.

"Não vai ter uma Cristiane, uma Formiga, no Brasil para sempre", exclamou, emocionada, em 2019, após eliminação na Copa do Mundo, diante da França. A frase, de cinco atrás, se relaciona com o presente. Pela primeira vez, o Brasil começou uma final olímpica sem nenhuma das três, mas com Gabi Portilho, Ludmila e Lorena. Com novos nomes para guiar o futuro do Brasil.

Se realmente não mudar de opinião, ficam as última memórias de Marta na Olimpíada e com a camisa da seleção brasileira. "Muito cedo para falar qualquer. A Marta pode qualquer coisa", diz Arthur Elias, à CazéTV, logo após a conquista. A emoção, ao receber a terceira medalha de prata, dá esse sentido, que lembra da mesma sensação de quando ganhou a primeira oportunidade com a Amarelinha, em 2002. E 22 anos depois, a camisa 10 abre espaço para a nova geração brasileira do futebol feminino.

Estadão
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