Sem toalhas, vaso sujo e mais: jogadoras do Atlético-MG reclamam da falta de estrutura no futebol feminino
Uma das reclamações diz respeito ao principal local de treinamento, na Arena Santa Cruz, campo público, que pertence à Prefeitura de BH
As jogadores de futebol feminino do Atlético-MG relatam falta de estrutura no clube para a modalidade em 2023. Itens básicos, como toalha e espaço adequado para os treinos, não são oferecidos pelo clube.
As denúncias foram feitas pelas atletas ao ge.
"A gente não tem toalha no treino, sabe? Eles não fornecem toalha pra gente tomar banho depois do treino. A gente não pode deixar a chuteira no clube. A gente perdeu o direito de fazer muita coisa ali. Não tem liberdade nenhuma, nenhuma mesmo", lamentou uma delas. "Você tem que ver que é surreal. A gente indo para jogo com tênis velho. É surreal".
O Galo tem adotado a prática de fazer contratos apenas de uma temporada com as jogadoras do clube e a maior parte do elenco tem vínculo somente até dezembro de 2023. A maioria já assinou um pré-acordo com outros times para 2024.
O clube não se manifestou sobre os relatos à reportagem. O Terra entrou em contato com a assessoria do Atlético-MG, em busca de um posicionamento a respeito das denúncias, mas ainda não teve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
"Piso do campo é duro"
Uma das reclamações diz respeito ao principal local de treinamento, a Arena Santa Cruz. O campo, que é público, pertence à Prefeitura de Belo Horizonte e atende aos jogos de futebol amador. As jogadoras reclamam das condições do próprio campo e da estrutura no entorno.
"O piso do campo é duro, né? Você suja o seu uniforme, você rasga o seu uniforme, as chuteiras... [o campo] acaba com a sua chuteira. Você fica com o corpo todo dolorido. Eu fico uma semana com dor, saio de lá toda dolorida", disse uma jogadora.
"A gente sente, porque treina em society, aí dá canelite. Você fica com dor nas costas, fica com perna pesada. Dá cãibra, entendeu? E, outra, não é por falta de campo, porque campo é o que mais tem em BH", concluiu.
Os uniformes oferecidos também possam longe de serem para atletas profissionais. Uma jogadora revelou que elas receberam somente dois kits para toda a temporada, e osuniformes não estavam novos. Além disso, os vestiários também deixam a desejar em higiene.
"Eles deram dois [kits] para o ano todo. Aqueles uniformes de pano mais grosso, sabe? Fora que algumas atletas ganharam uniforme já encardido e com cheiro impregnado", relatou uma entrevistada. "Às vezes [usamos o vestiário] só pra trocar de roupa, porque o vaso é muito sujo".