Imprensa mundial: eleição de Blatter é derrota do futebol
A imprensa internacional não relatou de forma positiva a reeleição do suíço Joseph Blatter, 79 anos, para o quinto mandato como presidente da Fifa. Em meio a uma crise de corrupção deflagrada pela prisão de vários dirigentes da entidade na última quarta-feira, Blatter manteve o apoio político praticamente intacto para perpetuar o poder, mas vários veículos de mídia perguntaram: até quando ele vai conseguir ficar ileso?
O New York Times deu destaque principal no site para a reeleição de Blatter - a Justiça dos Estados Unidos foi a responsável por conduzir as investigações e fazer as acusações que levaram à prisão de cartolas na Suíça. O jornal tratou com ironia a vitória de Blatter "mesmo após uma semana de escândalos e críticas públicas", e disse que o sistema de contagem de votos, com centenas de cédulas em cima de uma mesa, "parecia mais uma eleição escolar do que de um dos mais poderosos executivos do esporte".
Já os ingleses foram mais duros. "O futebol perdeu uma chance", estampou o The Guardian, que avaliou que a vitória do suíço pode durar pouco, já que ele agora enfrenta "a maior crise, infligida por ela própria, nos 111 anos de história da Fifa". O Daily Mail usou a ironia: "Blatter 1, futebol 0. Blatter vence a eleição depois de comparsas leais ignorarem escândalo de corrupção".
Na Espanha, o Marca também lamentou a continuidade do suíço: "nada muda na Fifa". O Mundo Deportivo destacou que o apoio das federações da Ásia e da África foram essenciais para a vitória do atual presidente. Já o italiano Gazzetta dello Sport destacou que Blatter foi "contestado" e alvo de protestos em Zurique mesmo após ganhar a eleição.
Joseph Blatter é presidente da Fifa desde 1998, quando sucedeu o brasileiro João Havelange. Ele venceu seu concorrente nesta sexta-feira, o príncipe Ali bin Al-Hussein, depois que o jordaniano desistiu da eleição após o primeiro turno.