Copa América: edições sem a participação do Brasil
O Brasil respira futebol, mas, durante a história da Copa América, deixou de participar de um número considerável de edições. De dez para ser mais exato. Existem episódios específicos que justificam a ausência brasileira, como a não participação da Seleção em partidas internacionais por conta de uma confusão na decisão do continental de 1925. Mas, no geral, a ausência do Brasil se explica pela incapacidade da CBD, atual CBF, de controlar as brigas entre as federações.
Enquanto a Seleção estava fora, a edição de 1927 contou com a maior média de gols da história da competição: 6,17 gols por partida. Não é para menos que foi neste mesmo campeonato que o Uruguai conseguiu a maior goleada de sua história: 9 a 0 contra a Bolívia. Muitos dizem que a elevada quantidade de gols se deveu à nova lei do impedimento, aprovada em 1925. Antes, eram necessários três jogadores entre o atacante e a linha de fundo para validar o lance. Essa nova regra estabeleceu o que é comum hoje: dois jogadores entre o atacante e a linha de fundo.
O Brasil também perdeu o auge da rivalidade entre os celestes e os albicelestes. Por causa de uma final polêmica na Copa do Mundo de 1930, as relações entre as seleções do Uruguai e da Argentina estavam rompidas. Depois de muitas negociações, a Federação Peruana conseguiu convencer as duas seleções a disputarem o campeonato. Isso fez com que demorasse seis anos até a realização de um novo torneio sul-americano, sendo concretizado em 1935. Com objetivo de não exacerbar a rivalidade, as equipes uruguaia e argentina decidiram trocar as cores dos uniformes. O Uruguai usou camisa vermelha e calção branco, enquanto a Argentina optou por uma camisa inteiramente branca, mantendo o calção preto.
O Chile cresceu enquanto os verde-amarelos estavam ausentes em 1955. A seleção chilena estava conseguindo se equiparar com a tradicional seleção argentina. Os chilenos conseguiram arrancar um empate do Uruguai, o qual possuía seis jogadores campeões do mundo em 1950, e ainda deu trabalho para a albiceleste na partida final. Os hermanos estavam goleando todos os confrontos, mas, na última e decisiva rodada contra os chilenos, venceram pelo placar mais magro, 1 a 0.
A última edição que o Brasil não participou, em 1967, foi, coincidentemente, a última a levar o nome de "Campeonato Sul-Americano" e a última a ser no estilo em que todos jogam contra todos. Foi também a única vez na história do torneio em que houve classificatórias para países da própria Conmebol. No caso, Chile e Colômbia disputaram uma vaga, enquanto Equador e Paraguai, outra. A sede da disputa foi o Uruguai e a seleção anfitriã foi a campeã.