Organizadores são acusados por "tragédia anunciada" na arquibancada do Maracanã
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e as autoridades responsáveis pela segurança do superclássico entre Brasil e Argentina foram acusadas nesta quarta-feira de permitirem uma "tragédia anunciada" nas arquibancadas do Maracanã. Antes do jogo disputado na terça-feira, seguranças do estádio separaram briga entre os torcedores, mas acabaram protagonizando cenas de violência contra os argentinos.
Na véspera da partida, que terminou com vitória da argentina por 1 a 0, a Associação Nacional de Torcidas Organizadas (Anatorg) havia alertado que, caso não fosse definido um setor visitante, as torcidas do Brasil e da Argentina estariam "no mesmo espaço da arquibancada". O que aconteceu atrás do gol de Alisson na primeira etapa.
Pouco antes do início do jogo, ocorreram incidentes entre torcedores distribuídos pelas arquibancadas em setores mistos e a polícia. O ocorrido atrasou em cerca de 30 minutos a partida das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
No entanto, a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) garantiu em nota enviada à AFP que "só foi informada sobre os critérios de venda de ingressos (…) sem divisão de torcedores em uma reunião realizada em 16 de novembro, dois dias depois do início da venda dos ingressos", quando já estavam esgotados, explicou.
Segundo a versão policial, "inicialmente, a venda para torcedores argentinos foi direcionada para o setor sul do estádio (onde ocorreu o confronto); e depois o setor foi liberado" como torcida mista. A segurança nas arquibancadas "ficou a cargo de empresa especializada contratada pela CBF", diz o comunicado em que a PMERJ afirma ter "cumprido rigorosamente sua missão, nos termos da legislação vigente".
Após a vitória argentina, Messi comemorou nas redes sociais, mas reclamou da "repressão" aos argentinos: "Isso não pode ser tolerado, é uma loucura e tem que acabar já!!", escreveu.