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Barcelona

Presidente do Barcelona rebate Josep Maria Bartomeu

Um dos pontos abordados foi o suposto "perdão financeiro" de 16,7 milhões de euros (R$ 103,3 milhões na cotação atual) ao brasileiro Neymar

16 ago 2021 - 10h18
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Em um momento conturbado por conta da saída do craque argentino Lionel Messi para o Paris Saint-Germain, o presidente do Barcelona, Joan Laporta, concedeu uma entrevista coletiva nesta segunda-feira para falar sobre o momento do clube e também aproveitou para rebater a carta escrita pelo ex-mandatário Josep Maria Bartomeu, em que critica a atual gestão. Um dos pontos abordados foi o suposto "perdão financeiro" de 16,7 milhões de euros (R$ 103,3 milhões na cotação atual) ao brasileiro Neymar após briga judicial, que ele deixou claro não passar de uma mentira.

Presidente do Bercelona, Joan Laporta, durante entrevista coletiva
16/08/2021 REUTERS/Albert Gea
Presidente do Bercelona, Joan Laporta, durante entrevista coletiva 16/08/2021 REUTERS/Albert Gea
Foto: Reuters

"Ele diz que perdoamos Neymar em 16,7 milhões de euros. Outra mentira. Não é verdade. Lembrava-lhe dos estragos que o caso Neymar fez à imagem e à economia. Foram muitas mentiras. A diretoria de Bartomeu fez uma pacto vergonhoso e interessado na acusação em que o Barça foi condenado pela primeira vez na história por dois crimes fiscais. Em troca, o Sr. Bartomeu e (Sandro) Rosell foram inocentados de responsabilidade criminal e o Barça pagou uma multa de 5,5 milhões de euros (R$ 34 milhões)", contou Laporta.

"Tivemos três ações trabalhistas judiciais com Neymar. Há uma quarta ação judicial que quando Neymar pede a indenização, o Barça impõe uma ação cível no valor de 10,2 milhões de euros (R$ 63,1 milhões) e Neymar ganha a declinação, e esta ação tem que ir para a jurisdição do trabalho onde foi prescrito por falta de ação de a direção de Bartomeu, pelo que estes 10,2 milhões não puderam ser reclamados. Não perdoamos a Neymar os 16 milhões de euros", prosseguiu.

No final do mês passado, o Barcelona anunciou ter chegado a um acordo "amistoso" com o brasileiro na Justiça espanhola, por questões trabalhistas e civis, encerrando assim todos os quatro processos movidos entre as partes nas esferas judiciais. E, na carta, Bartomeu afirma que, para isso ser possível, atual gestão de Laporta teria perdoado o atacante, atualmente no Paris Saint-Germain, com o montante considerável.

Ainda em relação ao brasileiro, Laporta ainda citou a "desastrosa" política esportiva do clube sob o comando de Bartomeu, que gastou de forma desproporcional os 222 milhões de euros (R$ 819 milhões na cotação da época) pagos pelo Paris Saint-Germain para contratar Neymar, em 2017.

"O sétimo ponto da carta refere-se ao fato de que os salários dispararam porque não puderam competir com os clubes e com a Premier League (Campeonato Inglês). O certo é que a política esportiva tem sido desastrosa. Desde que Neymar foi vendido por 222 milhões de euros, eles gastaram desproporcionalmente e na velocidade da luz. Isso desencadeia salários e amortizações. E aí estamos nós. A prova é que o esporte não nos fez bem. Eles tinham que mudar o modelo e acreditar em La Masia (local onde treinam as categorias de base)", finalizou.

Durante este período, e sob a gestão de Bartomeu, o clube catalão fez contratações de cifras elevadas e trouxe jogadores como os franceses Ousmane Dembélé e Antoine Griezmann e ainda o meia brasileiro Philippe Coutinho, que apesar do alto investimento ainda não corresponderam às expectativas e só aumentaram a dívida do Barcelona.

DÍVIDA - Laporta, que assumiu o clube em março deste ano, resolveu detalhar a situação econômica do clube nesta segunda-feira, destacando que o Barcelona chegou a ter dívida total de 1,3 bilhão de euros (R$ 8 bilhões).

"Eles (gestão passada) apresentaram um orçamento com hipóteses difíceis de cumprir. Várias delas não foram cumpridas. E portanto o orçamento deu menos de 320 milhões de euros para a temporada 2020-2021. Provoca uma situação econômica e patrimonial preocupante e situação financeira dramática. Em 21 de março de 2021, a dívida era de 1,35 bilhão de euros", relatou

Laporta disse que, assim que assumiu o clube, pediu um empréstimo de 80 milhões de euros a um grande banco para poder arcar com a folha de pagamento do clube. E que sua gestão iniciou um processo para tentar baixar juros de outros empréstimos, além de interromper "pagamentos desproporcionais" a intermediários por transferências - citando que uma pessoa recebeu 8 milhões de euros para encontrar jogadores na América do Sul.

O mandatário destacou que a política salarial que vinha sendo adotada no Barcelona levou à situação atual, indicando que os vencimentos hoje ocupam 103% do faturamento do clube. "Também encontramos um contexto de uma política esportiva errônea que causa danos à entidade. É uma pirâmide invertida, na qual os veteranos têm contratos longos e os jovens têm contratos curtos. E é difícil renegociar contratos. Essas reduções salariais que os gestores anteriores se vangloriaram, uma redução de 68 milhões, mas na realidade não é redução porque a encontramos na forma de bônus de rescisão de contrato", finalizou.

Fonte: Redação Terra
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