De olho na formação como treinador, Thiago Silva cursa a Licença B da CBF Academy
Zagueiro do Chelsea se matriculou no segundo estágio da formação de treinadores, voltada para trabalhos com categorias de base
O zagueiro Thiago Silva, hoje com 36 anos, já está de olho em seu futuro quando se aposentar no futebol profissional. E ele pode ser como técnico. Em 2020, o atual jogador do Chelsea e da seleção brasileira se matriculou no curso Licença B da CBF Academy, que é o segundo estágio na formação de treinadores, voltada para trabalhos com categorias de base.
"Eu tenho o conhecimento da prática, por estar ali dentro, e um pouco do teórico, até porque gosto de ver e analisar futebol nas horas vagas, mas eu tenho a consciência de que estou longe de saber tudo. Com as aulas, as palestras, você vai acumulando conhecimento para usar lá na frente. Minha ideia é completar todas as Licenças, até porque se for para eu continuar no futebol é ali que eu me vejo, como um auxiliar ou como técnico principal", explicou o zagueiro.
A instituição educacional da CBF ainda conta com as Licenças C, A e PRO, bem como diversos outros cursos voltados para as áreas de gestão esportiva no futebol, análise de desempenho, preparação física, entre outros. Thiago Silva conta que optou por começar neste degrau para ter uma formação completa quando chegar o momento de pendurar as chuteiras.
Por conta da pandemia do novo coronavírus, o zagueiro só frequentou até agora as salas de aula virtuais. Os cursos da CBF Academy estão sendo ministrados de forma online neste período. A etapa presencial será realizada em um segundo momento.
Thiago Silva sabe que precisará conciliar a agenda quando chegar a hora das aulas presenciais. Por enquanto, aproveita quando tem um tempo livre para assistir aos vídeos dos professores e adiantar os trabalhos. "Esse formato tem funcionado perfeitamente para mim, até porque eu ainda estou na ativa, então ficaria difícil se fosse de outra maneira. Assim eu consigo aproveitar meus momentos de folga para assistir uma aula ou adiantar um trabalho. Quando chegar o momento da aula presencial, vou ter que abdicar de alguns dias das minhas férias, que é o período disponível para isso, mas será por uma boa causa", analisou.
O zagueiro já tem uma carreira de quase 20 anos como jogador profissional e traz no currículo a disputa de três Copas do Mundo pela seleção brasileira (2010, 2014 e 2018), além da conquista do título de uma Copa das Confederações (2013) e de uma Copa América (2019). Por clubes já jogou e foi campeão no Fluminense, no Milan e no Paris Saint-Germain. Durante todo esse tempo, trabalhou com técnicos que servem de inspiração para uma possível carreira como treinador.
"Acredito que a gente aprende a todo momento. Com alguns técnicos com quem trabalhei eu vi como não fazer, seja na gestão de pessoas ou no trabalho tático. Mas também conheci muita gente boa. Não posso deixar de citar alguns treinadores do meu início de carreira no Brasil, como o Ivo Wortman, o Oswaldo de Oliveira e o Renato Gaúcho. No entanto, se eu tiver de eleger três profissionais que mais me servem de inspiração dos que trabalhei até hoje, eu diria o Tite, o (italiano) Carlo Ancelotti e o (alemão) Thomas Tuchel. Sobre o Tite e o Ancelotti, é quase impossível gostar de um e não gostar do outro porque eles são muito parecidos. Os três entendem muito de futebol, mas se destacam pelo lado humano", explicou.
Enquanto se mantém jogando em alto nível como zagueiro e sonhando em disputar mais uma Copa do Mundo, Thiago Silva não crava qual será o seu próximo passo ao se aposentar dos gramados. Enquanto isso, vai se preparando para ter todas as possibilidades a seu dispor.
"Você precisa estar preparado para quando a oportunidade surgir e é isso que eu vou fazer nos próximos anos. Uma coisa é certa e a quarentena só confirmou isso para mim: quando eu parar de jogar não vai dar para ficar em casa o dia todo. Minha esposa não vai aguentar", completou o zagueiro.