Com polêmica diplomática, Japão e Catar fazem a final da Copa da Ásia
A final da Copa da Ásia será nesta sexta-feira, entre Japão e Catar, em Abu Dhabi. O confronto ganhou mais destaque com a polêmica envolvendo os anfitriões. A Federação dos Emirados Árabes Unidos acusou os cataris de terem escalado dois jogadores, Almoez Ali e Bassam Al-Rawi, de forma irregular. A Confederação Asiática comunicou que irá investigar o caso.
A tensão entre os dois países vai além do futebol, já que os países romperam relações em 2017, sob acusações dos EAU de que o Catar teria apoiado "terrorismo". Na semifinal entre as duas seleções, parte da torcida da casa lançou sapatos na direção do adversário. O gesto é uma ofensa grave em alguns países árabes.
À parte das questões extra-campo, o Catar vai para a decisão embalado pelos bons resultado no torneio. Para chegar ao jogo da taça, a equipe comandada pelo espanhol Félix Sánchez somou três vitórias na fase de grupos, contra Líbano, Coreia do Norte e Arábia Saudita, e passou por Iraque, Coreia do Sul e Emirados Árabes na fase mata-mata.
Os cataris também contam com o melhor ataque da competição, com 16 gols, e a melhor defesa, que ainda não foi vazada na Copa. O atacante Almoez Ali, investigado na acusação de escalação irregular, é o artilheiro do torneio com oito gols. A final será a primeira na história do país, que tinha o quinto lugar nas edições de 1984 e 1988 como suas melhores participações.
Do outro lado, o Japão, uma das grandes forças históricas do continente, chega nesta sexta-feira à sua quinta final. A seleção nipônica é a maior vencedora do torneio com quatro títulos, em 1992, 2000, 2004 e 2011.
O time comandado por Hajime Moriyasu confirmou o favoritismo no torneio e avançou, assim como seus rivais, com uma campanha de 100% de aproveitamento. O Japão passou por Turcomenistão, Oman e Cazaquistão na fase de grupos, e Arábia Saudita, Vietnam e Irã na etapa classificatória. Ao todo, a equipe anotou onze gols e sofreu apenas três.