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Futebol Internacional

Ex-São Paulo vira artilheiro na Tailândia e supera números de Vini Jr e Raphinha

Com a camisa do Buriram United, Bissoli já balançou as redes 44 vezes em 57 jogos

6 abr 2025 - 04h59
(atualizado às 14h35)
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Resumo
Aos 27 anos, Guilherme Bissoli vive a melhor fase da carreira no Buriram United, na Tailândia, com 44 gols em 57 jogos, liderando artilharia entre brasileiros internacionais e contribuindo para títulos e campanhas em competições asiáticas.

Aos 27 anos, Guilherme Bissoli vive a melhor fase de sua carreira com as cores do Buriram United, da Tailândia. Revelado pelo São Paulo e com passagens por Athletico, Cruzeiro, Avaí e Ceará no futebol brasileiro, o atacante chegou ao Sudeste da Ásia em janeiro da temporada passada e já balançou as redes 44 vezes em 57 jogos.

No recorte de 20 de março de 2024 até a mesma data deste ano, inclusive, nenhum brasileiro atuando em ligas de primeira divisão marcou mais gols do que ele no mundo, incluindo nomes badalados como Vini Jr e Raphinha, com, respectivamente, 28 e 37 tentos, segundo dados da plataforma Sofascore. Foram 38 gols em 52 jogos no período.

A boa fase não é por acaso. Em conversa com o Terra, Bissoli analisou os motivos que o levaram ao bom momento e reconheceu uma proximidade maior com o dia a dia do Buriram do que vivenciou em clubes brasileiros.

“Acho que você acaba vivendo muito mais no clube, talvez, do que no Brasil. Não sei se se dedicando mais, mas gastando mais tempo para isso. Aqui é uma cidade menor, então a gente não tem muitas outras coisas para se fazer. Então, você acaba vivendo muito o clube. Você sempre está preparado. Sabe da responsabilidade que tem aqui, principalmente a gente que é estrangeiro, que o clube contrata e acaba investindo mais. A gente sabe da responsabilidade que tem de decidir os jogos, fazer mais gols e de ser mais importante”, explica à reportagem.

Para o camisa 7 da equipe comandada por Osmar Loss, a qualidade dos companheiros também facilita o trabalho de colocar a bola na rede. O brasileiro Lucas Crispim, ex-Santos e Fortaleza, divide vestiário com Bissoli na equipe tailandesa.

“Eu acho que o time acaba ajudando bastante. Desde quando eu cheguei, o nosso time cresceu muito. Isso facilita principalmente para quem é atacante. Quanto mais oportunidades de gol você tiver por jogo, isso te ajuda. Você tem uma margem de erro maior. Você tem mais oportunidades e acaba fazendo mais gols. Então, isso acho que é um dos fatores”, continua.

Bissoli comemora gol pelo Buriram
Bissoli comemora gol pelo Buriram
Foto: Getty Images/Pakawich Damrongkiattisak

O momento artilheiro do atacante foi fundamental para levar o Buriram ao título do Campeonato Tailandês da temporada 2023/2024. Com oito dos últimos 11 troféus da principal competição nacional, o time tem levado as boas atuações para a Liga dos Campeões da Ásia. 

No dia 26 de abril, Bissoli e companhia disputam as quartas de final da competição continental contra o Al Ahli, da Arábia Saudita. A busca pelo troféu inédito, porém, acontece com os pés no chão.

“Tudo é possível, mas essa pressão de a gente ter que ir lá e vencer eu acho que não tem. A pressão maior era a gente realmente chegar nessa fase para levar o nome do país, levar o nome do clube. Mostrar que realmente é um clube forte. Até porque vários clubes chineses, japoneses e coreanos ficaram para trás. O objetivo inicial já foi concluído, no caso Então, se a gente conseguir algo a mais, vem como lucro”, afirma.

Ida e vida na Tailândia

Quando decidiu mudar para a Tailândia em 2024, Bissoli foi aconselhado e convencido por Diogo, ex-Palmeiras, Santos, Flamengo e ídolo do Buriram. Entre os fatores que pesaram na escolha, o atacante destaca o poder da equipe no Sudeste da Ásia e o lado financeiro.

“Eu estava no Ceará quando eu tive essa proposta. Quem entrou em contato comigo foi um ex-jogador daqui, o Diogo, meio que trouxe a proposta. Me explicou mais ou menos como funcionava aqui. Tanto no país quanto dentro do clube E eu achei interessante, né?”, diz o camisa 7.

Mesmo com a influência de Diogo na decisão, o artilheiro já sonhava com seguir a carreira fora do Brasil. Por isso, ele explica que as aulas de inglês começaram antes de qualquer negociação.

“Eu já tinha uma vontade antes de receber a proposta daqui. Já vinha tentando conseguir algum clube fora do País. Sempre tive essa vontade de jogar fora. Então, já tinha começado a fazer aulas de inglês no Brasil para facilitar a adaptação, independente do lugar que eu fosse”.

O idioma, é claro, facilitou na adaptação de Bissoli à Tailândia, que lembra o Brasil em alguns pontos levantados pelo atacante: “O povo tailandês eu achei bem parecido com o povo brasileiro. É um povo bem aberto, bem simpático, que gosta de brincadeira, gosta de zoeira. Então isso eu acho que acabou facilitando também. Desde que eu cheguei, sempre fui muito bem tratado. Tanto pelos jogadores, torcida, o pessoal dentro do clube”.

Nem mesmo a alimentação atrapalhou a adaptação de Bissoli em território asiático. O jogador recorre ao apoio da esposa e a lugares como pizzarias, hamburguerias e restaurantes de comida japonesa. 

A única coisa que ‘atrapalha’ é o excesso de tempero: “O problema aqui é que eles usam muita pimenta pra tudo, então acabou dificultando. Mas de resto é tudo tranquilo.”

Ao falar da cultura tailandesa, Bissoli vê os torcedores locais mais parecidos com os europeus do que os brasileiros. Mesmo sem tanto fanatismo, o Buriram recebe bons públicos na Chang Arena.

“O pessoal vai muito mais pra assistir o jogo do que realmente pra torcer. A questão do barulho, da torcida cantar é totalmente diferente. É como se tivesse bem poucas pessoas. Eles realmente veem o futebol como se fosse um teatro. Óbvio que tem torcedores que cobram, tem a torcida organizada. Mas não é algo generalizado como é no Brasil que todas as pessoas que vão ao estádio são fanáticas”, relata.

A adaptação ao futebol tailandês é tamanha que Bissoli descarta voltar ao Brasil neste momento. Ele, inclusive, recusou propostas na última janela de transferências. Para o futuro, o atacante prefere desbravar o território asiático.

“Eu tive algumas propostas do Brasil nessa última janela. Mas, hoje, sinceramente eu não tenho vontade de voltar para o Brasil no momento. Eu gostei muito dessa parte da Ásia. Tenho vontade de ir para outros países mais para frente, como Japão, China, Coreia e a própria Arábia, que é próxima aqui e vem muito forte. Eu tenho vontade de explorar ainda esses lados por alguns anos. E, talvez, mais para o final da carreira, ainda voltar para o Brasil um pouco e estar mais próximo da família também”, revela.

Agora, o camisa 7 do Buriram também virou ‘conselheiro’ de outros brasileiros que pensam em desbravar o mercado tailandês. “[Já recomendei] para alguns jogadores que joguei junto. Já até comentaram comigo de alguns clubes que estão interessados. Eu falei para eles que pode vir de olho fechado, que é um país tranquilo. É fácil de se adaptar. Que eu saiba, todos os clubes aqui pagam em dia. Tem a questão do dólar também, acho que acaba facilitando muito. Sempre quando me perguntam, falo muito bem”, conta.

Carreira antes da Tailândia e saída do São Paulo

Antes da ida para a Tailândia, Bissoli se aventurou pelo futebol brasileiro. Revelado pelo São Paulo, disputou apenas três jogos pela equipe do Morumbi e, sem espaço, optou por não renovar o contrato e deixar o clube rumo ao Fernando de la Mora, do Paraguai, e, posteriormente, ao Athletico-PR

Na época, porém, a saída do Tricolor Paulista virou motivo de polêmica. Por ser o clube formador, o São Paulo tinha o direito de cobrir o valor proposto para seguir com o atacante. A equipe do Morumbi tentou, mas um novo vínculo não foi aceito pelo staff do jogador. 

Hoje, Bissoli relembra a saída como uma procura de espaço, que foi encontrado no Athletico. Com a camisa do Furacão, marcou 16 gols em 63 partidas e conquistou os títulos do Campeonato Paranaense e Copa Sul-Americana.

“Eu já estava há quase um ano, se não me engano, no profissional e tive muito pouca minutagem. O São Paulo é um clube muito grande. Sempre teve grandes jogadores. Sempre tem muitas estrelas que acabam chegando. Eu, que tinha acabado de subir da base, a gente sabe que é mais difícil ter oportunidade”, recorda. 

Bissoli pelo Athletico
Bissoli pelo Athletico
Foto: Getty Images/Buda Mendes

Durante a passagem pelo profissional do São Paulo, Bissoli foi treinado por Dorival Júnior, André Jardine e Diego Aguirre. Apesar de Jardine ter ficado pouco tempo na equipe principal são-paulino, a experiência foi bem diferente com os outros dois.

“Pelo que percebi na época, [Aguirre] era um treinador que confiava mais nos jogadores mais experientes, que tinham uma carreira maior. Não dava tanta oportunidade para quem estava subindo da base. Não só eu como outros meninos novos na época, que estavam tendo minutagem e acabaram não tendo tanto mais. Acabou sendo um dos motivos de eu ter saído. O Dorival sempre foi muito próximo. O Aguirre não tanto, mas ele também sempre foi muito atencioso. A gente sempre trabalhou muito bem. Tanto ele quanto os auxiliares sempre foram muito tranquilos. Mas, na questão de jogos e de minutagem, a gente acabou não tendo muito”, completa.

Bissoli com a camisa do São Paulo
Bissoli com a camisa do São Paulo
Foto: Reprodução/Instagram

Além de São Paulo e Athletico, Bissoli defendeu Cruzeiro, Avaí e Ceará. Na Raposa, viveu apenas três meses de empréstimo, mas o suficiente para disputar 11 partidas e marcar um gol. 

No Avaí, o atacante talvez tenha vivido seu melhor momento no Brasil. Pela equipe da Ressacada, em 2022, balançou as redes 14 vezes em 32 jogos e terminou na quarta colocação da lista de artilheiros do Brasileirão.

Após idas e vindas de empréstimos pelo Athletico, Bissoli foi vendido de maneira definitiva ao Ceará, seu, até aqui, último clube no Brasil. Pelo Vozão, marcou três vezes em 17 partidas.

Bissoli com a camisa do Avaí
Bissoli com a camisa do Avaí
Foto: Getty Images/Ricardo Moreira
Fonte: Redação Terra
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