Jogo no México é suspenso por cantos homofóbicos de torcida
Juiz interrompe por 10 minutos o duelo entre Monterrey e Cruz Azul, pela Liga dos Campeões da Concacaf, e manda times de volta ao vestiário
A semifinal da Liga dos Campeões da Concacaf entre Cruz Azul e Monterrey, realizada na noite da última quinta-feira, teve de ser interrompida por causa de cantos homófobicos vindos da torcida mandante. O juiz do confronto, Cesar Ramos, suspendeu a partida por dez minutos no segundo tempo e mandou os times de volta ao vestiário.
Em 2019, a Fifa criou um protocolo antidiscriminação que inclui três passos a serem seguidos pelos árbitros. Ramos aplicou o segundo, que indica a interrupção do jogo por minutos, permitindo que os atletas se dirijam ao vestiário e voltem quando a situação estiver controlada ou mais calma.
Após o cumprimento do protocolo, a partida foi reiniciada no estádio Azteca, onde o Cruz Azul atuou como mandante e perdeu o confronto para o Monterrey por 4 a 1 e foi eliminado do torneio continental. Essa linguagem e comportamento não será tolerada pela Concacaf em suas competições, publicou a conta oficial do campeonato no Twitter.
Em junho, a Fifa já havia banido a torcida mexicana por dois jogos devido a cantos discriminatórios. A final da Liga dos Campeões da Concacaf, um torneio anual que reúne times da América do Norte, América Central e Caribe, será disputada em outubro entre Monterrey e América do México. Times mexicanos são, por sinal, os maiores vencedores da competição, com 36 títulos.
O histórico de gritos preconceituosos vindos de torcedores mexicanos está longe de ser recente. Ao menos desde a Copa do Mundo no Brasil, em 2014, é comum ouvir o cântico "eeeeeehhh, puto!" a cada vez que o goleiro rival cobra um tiro de meta. A expressão é uma forma vulgar de se referir a quem é gay. Em 2018, na Copa da Rússia, a Fifa abriu um procedimento disciplinar contra a Federação Mexicana de Futebol por conta do comportamento dos torcedores em um jogo contra a Alemanha.